Meus caros, não pude ir à passeata contra a homofobia, que aconteceu aqui em São Paulo no último sábado. Por motivos de saúde, fiquei de cama, mas sabia que tudo aconteceria sem minha presença de qualquer jeito. Aconteceu. Lá estavam minha senadora favorita, a grande Marta Suplicy, a ministra Maria do Rosário, e o deputado homossexual Jean Willys, o que prova a força política de nosso movimento, coisa impensável poucos meses atrás. Temos visibilidade, já cansei de dizer isso, temos força política, estamos na iminência de grandes vitórias no Supremo Tribunal Federal. Também temos, e isso não é coisa a se desprezar, os inimigos demarcados: toda a bancada conservadora no Congresso, a começar pelo presidente do Senado, o eterno faraó do Estado mais pobre do Brasil, José Sarney, e figuras teratológicas, como o deputado Jair Bolsonaro, aquele que diz que o erro não foi torturar gente, mas sim não matar depois. Se os inimigos são esses, sabemos exatamente que nosso lado é o certo, não existe zona cinzenta entre nossos pleitos e a posição deles. Já imaginaram se, depois de brutalmente torturada, a presidenta Dilma fosse devidamente assassinada, como recomendado pelo ilustre de deputado? Eu acho que existem argumentos jurídicos suficientes para se iniciar um processo de impeachment, ou cassação, seja como se denomina o processo. Ele fere vários dispositivos da Constituição Federal, a começar pelo básico artigo 5º, que diz que somos todos iguais perante a lei, e os dispositivos pétreos, que protegem a vida humana, e a integridade física e moral. Sei que há vários outros dispositivos no Regimento Interno da própria Câmara dos Deputados, suficientes para o seu enquadramento, mas, devemos lembrar, que o próprio deputado era (ainda será?) membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Teremos guerra pela frente, mas vamos ganhar, pois a força dos argumentos jurídicos e éticos está do nosso lado. Não cairemos na armadilha de usar dos mesmos métodos que eles, quais sejam, a violência física, e o desdém pela lei. Não posso deixar de lembrar daquele que foi, no meu entendimento, e no de muitos historiadores, o maior homem do século XX, Mohandas Karamchand Gandhi, Mahatma, que significa “Grande Alma”, era um título honorário, mais do que merecido. Pois Gandhi ensinou ao mundo como a força moral era capaz de derrubar a força das armas, e como suas conquistas são perenes, pois não se baseiam na sistemática perversa da violência que gera violência. Não conheço ninguém que tenha falado coisas tão próximas quanto as de Jesus Cristo. Dois dizeres daquele grande homem me marcaram profundamente: “Conheço muitas razões pelas quais eu morreria, mas não conheço nenhuma pela qual eu mataria”, e “Primeiro eles te ignoram, depois riem de você, então brigam, e então você vence”. Vamos vencer com as armas e táticas certas. E nossa vitória será eterna. E que Deus cuide de Sarney, Bolsonaro, e sua turma. Abraços do Cavalcanti.
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