Queridos. Vânia Toledo-Bresson dispensa qualquer apresentação, mas eu não resisto a chance de falar dela, que esta noite lança mais um livro com suas fotos, Palco Paulistano, edição da Imprensa Oficial. Vou comprar e não sei sequer quanto custa o livro, sei apenas que vale o preço, e sei também que se vier com o autógrafo dela, aí não terá mais preço! As últimas 3 décadas passaram pelas lentes da Vânia, que registrou tudo em flagrantes lindos, sempre em preto e branco. Os personagens desses anos estão todos lá, de Roberto e Erasmo Carlos a Dona Ruth Cardoso, além de todo mundo do teatro e até uns travestis lindos. No início dos anos 1980, poderosíssima, conseguiu que vários homens tirassem a roupa e posassem para ela, e fez um livro lindo de nus masculinos. Desde Michelangelo, com seu David, parecia que todo o universo artístico tinha vergonha do corpo masculino, que devia ser ainda mais pecaminoso que o corpo feminino, sei lá. Mas ela lançou o livro e marcou época, e eu, que era um adolescente formando ainda minha identidade, cheio de hormônios e ideias, lembro-me daquele livro de cabo a rabo. Sou gratíssimo a ela, e sei de muitos contemporâneos do sindicato que também são. Preconceitos a parte, é preciso dizer que muitas mulheres também adoraram aquele livro!
Vânia tem outra paixão além da fotografia, o teatro, e gastou infinitos filmes em bastidores e plateias, para deleite de historiadores e futuros dramaturgos. No ano passado, lançou um livro com 30 retratos de atrizes, e agora lança mais esse com fotos do mesmo universo. Do conteúdo do livro o convite mostra apenas Raul Cortez em um momento de Ah América, peça linda, linda, linda, lá do final dos anos 1980. Como Raul se foi recentemente, e deixou muita saudade, não posso deixar de lembrar que a pose dele na foto é a mesma de um dos Escravos Morrendo, também de Michelangelo. Ficou pedante citar arte clássica duas vezes? Sem problemas, Raul merece. Enfim, o lançamento será na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, Avenida Paulista, a partir das 19 horas, e Vânia é “Bresson” sim, é bárbara sim, e, portanto, é obrigatória. E o livro dos homens nus, sorry, sequer os melhores sebos têm. Já procurei.
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