Contra o propinoduto

Na tarde dessa quarta-feira, 14 de agosto, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, em conjunto com o Movimento Passe Livre (MPL), foi para as ruas exigindo esclarecimentos sobre o superfaturamento das obras no metrô, estimado em cerca de R$ 500 milhões.

Alex Fernandes, diretor executivo do Sindicato, em conversa com a Brasileiros, revelou que aguardava algo em torno de 5 mil a 10 mil pessoas no protesto dessa quarta, que saiu do Vale do Anhangabaú por volta das 16 horas, porém, estima-se que o número de manifestantes tenha sido menor, pouco mais de mil pessoas, segundo dados da PM. Segundo o Datafolha, o número foi maior que o divulgado pela PM, 3 mil pessoas.

 Além de investigações e de punição aos corruptos e aos corruptores, os gritos nas ruas pediam melhorias nos serviços dos transportes ferroviários. Nas faixas e cartazes, o principal alvo era o o Governador Geraldo Alckmin, do PSDB.

Em sua defesa, Alckmin anunciou que entrará com um um processo, em nome do governo, contra a Siemens, multinacional alemã que denunciou o esquema do cartel em troca de imunidade. O político afirma ser vítima e não participante da ação criminosa. Apesar disso, os contratos em andamento, inclusive com a própria Siemens, não serão interrompidos. As justificativas de Alckmin claramente não foram engolidas pelos manifestantes, que pediam sua renúncia. 

Após início pacífico, policiais e manifestantes entraram em confronto em dois pontos diferentes, na Câmara Municipal, no centro, e na Assembléia Legislativa, na região sul  da cidade. Um grupo de cerca de 300 pessoas foi reprimido ao tentar entrar na Câmara, bombas e spray de pimenta foram usados. Os manifestantes responderam com pedradas. Segundo a PM, quatro pessoas ficaram feridas, três policiais e um cinegrafista, e outros dois homens acabaram detidos.

A outra parte da massa inicial, a que se dirigiu para a Assembleia, era ainda maior. O grupo negociou e conseguiu entrar com 600 representantes na casa, onde ocuparam galerias e auditórios. Apesar do começo pacífico, a situação se tensionou quando outro aglomerado foi impedido de adentrar a Assembleia. Alguns forçaram as grades para entrar a força. A polícia reagiu e dispersou o tumulto com bombas de efeito moral. Três pessoas ficaram feridas no ocorrido.
 










fotos Camila Picolo


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