É inevitável: em debate com jornalistas, qualquer que seja o tema, a gente acaba discutindo a sobrevivência ou não da imprensa de papel. Foi o que aconteceu na noite de terça-feira, no animado “Diálogo com a Imprensa”, promovido pela Souza Cruz, no bar Sacrilégio, bem no coração da Lapa carioca.
Ao lado do também jornalista e escritor Ruy Castro, colega e amigo de velhas redações, fui convidado a falar sobre “Liberdade de Expressão”, mas, na hora em que o microfone passou para a platéia, o assunto mudou.
Como os participantes do encontro eram em sua maioria jovens, eles queriam falar das novas mídias eletrônicas, da verdadeira revolução que a internet está provocando nas comunicações e nas relações humanas no mundo inteiro.
Tinham curiosidade em saber o que mudou no nosso trabalho, como era a nossa relação com as novas tecnologias. Ruy Castro contou que continua fiel ao papel, no jornal e nos livros, e não usa nem celular. Da minha parte, como vocês sabem, virei blogueiro faz alguns anos, mas continuo escrevendo também para a Brasileiros.
Podem variar os suportes ou as plataformas, como se diz, mas num ponto, tanto no palco como na platéia, todo mundo ficou de acordo: o que importa é o conteúdo, a capacidade de cada autor ou veículo se diferenciar do outro, tornar-se indispensável para um determinado segmento de leitores.
Por coincidência – tem gente que não acredita em coincidência – antes de ir para o debate, recebi da editora Laura van Boekel, da Editora Escrita Fina, os primeiros exemplares de “Vida que segue”, meu novo livro de crônicas do Balaio que tinha acabado de sair da gráfica.
“Neste livro, você encontra algumas dessas crônicas virtuais, cuja seleção privilegiou temas como ética, solidariedade, superação, fatos marcantes da história, no intuito de levar os jovens a refletir sobre a vida em seus mais diferentes matizes”, escreveu a editora na orelha do livro.
Para provar na prática que para mim não faz diferença se o destino do que escrevo na tela do computador é este blog, o Balaio publicado há quase três anos no portal iG, ou a próxima edição da Brasileiros, mostrei o novo livro, a forma mais antiga de comunicação, com textos publicados originalmente na tela da internet, o meio mais moderno.
Como é meio esquisito falar da gente mesmo, transcrevo abaixo trecho do prefácio escrito por Frei Betto, publicado na contra-capa do livro:
“As crônicas do Kotscho possuem clareza meridiana. Ele pertence à categoria de cronistas que escrevem para ser entendidos, ao contrário dos que o fazem para ser admirados não no sentido de apreciados, e sim de encarados com espanto, tão prolixos ao redigir.
Nesta coletânea de textos Vida que segue – Balaio do Kotscho: crônicas revisitadas – Kotscho brinda o leitor com relatos criativos, intrigantes, por vezes cômicos, outras indignados”.
Em breve, nas melhores livrarias da cidade. Não percam!
Mais informações no blog da editora.
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