Queridos, a Virada Cultural desse ano será o próximo final de semana, com o drama de todos os anos: mil atrações, espalhadas por toda a cidade, é sempre difícil saber aonde ir, ou o que fazer. A Prefeitura está sendo enfática na restrição à venda de bebidas alcoólicas, os ambulantes estão proibidos, e os bares terão de fechar suas portas à uma hora da manhã. Nada impede que cada um carregue sua bebida na própria mochila, e eu duvido que se consiga proibir a venda de qualquer bebida nas famigeradas e imundas caixas de isopor. Polícia, que deveria ter mais o que fazer, e vendedores, vão viver uma guerra de gato e rato, vamos ver quem ganha.
Bebida, infelizmente, é parte de história, ano passado foi triste ver a quantidade de gente que ia só para encher a cara e depois vomitar pelos cantos ou criar briga por nada. Deprimente, para dizer o mínimo. Eu não me sinto à vontade em grandes aglomerações, tenho medo de gente fora de controle, ano passado eu atravessei a cidade me esgueirando, acabei não aproveitando quase nada. Ano passado tivemos Wagner Moura e a banda Sua Mãe, no sempre bárbaro Studio SP, mas não vi o nome deles na programação oficial. Sempre vale a pena checar o site do Studio, que abriga eventos bárbaros. Sei que teremos shows de Rita Lee, Paulinho da Viola, e Erasmo Carlos, todos valem à pena.
Tendo em mãos o mapa distribuído pela Prefeitura e vendo a miríade de atrações programadas, fico meio perdido, recomendo a vocês que escolham uma ou outra e irem. Cheguem muito cedo, preparem-se para longas files e tenham sempre um plano “b”. As chances de não dar certo, quando se divide uma cidade com todos os seus cidadãos, são grandes e inevitáveis. Urinar no espaço público é pecado capital, não sei como será policiado, pois é crime, demonstração de absoluta falta de noção de cidadania. Dificílimo combater, sei disso, os milhares de banheiros químicos que serão espalhados certamente serão insuficientes e imundos. Muitos bares e restaurantes ofereciam seus banheiros cobrando uma taxa, era coisa de um ou dois reais, valia muito à pena.
Nos últimos anos, eu adorei andar pela cidade, passando próximo dos palcos e focos de ação, fiquei olhando o povo, a maravilhosa utilização de todos os espaços, alguns tão conhecidos no meu cotidiano. O metrô circula durante toda a noite, fica fácil voltar para casa a qualquer momento. Uma coisa eu posso garantir a vocês: é proibido ficar em casa, a Virada é bárbara, uma excelente sacada e todos nós devemos nos orgulhar dela. Eu adoro São Paulo, cidade que me acolhe há algumas décadas e esse é um dos momentos em que me emociono com ela. Quem sabe não nos encontramos por aí? Abraços do Cavalcanti.
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