Brasileiro é exigente. Principalmente aqueles que trabalham na mídia. Super-homem por aqui ia ter que suar o uniforme. O trabalho de herói, de ídolo, no Brasil não é nada fácil. A cobrança é implacável. Ronaldo Nazário, o camisa 99 do Milan, que já foi Fenômeno, hoje é apenas um jogador feio com um cabelo esquisito. Por aqui, o bom passado, aquele cheio de gols e glórias, não ameniza um presente infeliz. Diferente da Argentina onde o passado tudo perdoa. Que o diga Diego Maradona, o la mano de dios que nunca foi chamado de la nariz del diablo. Felipe Massa, o talentoso piloto paulista que substituiu Rubens Barrichello, na Ferrari, na temporada de 2007 fez seis pole positions, ganhou três grandes prêmios, mas ao final do ano não passou do quarto lugar no campeonato. A mídia não perdoou. Na temporada de 2008 ele estréia com o carro mais pesado: a bordo, aquela esperança boba, mas leve, dá lugar a uma desconfiança cruel e pesada. Não vou nem falar de Barrichello, que foi segundo piloto da Ferrari – quando o primeiro era Schumacher – e, por isso, pentacampeão das piadas nacionais.

O escritor Paulo Coelho, apesar de ser um sucesso internacional, um dos maiores vendedores de livros do mundo, por aqui é um dos sacos de pancadas preferido da crítica.
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O personagem retratado nesta página também viveu um calvário nos últimos anos. Teve problemas físicos, psíquicos e familiares. Sofreu cirurgias, passou por treinos exaustivos, derrotas sucessivas, tentativas de voltar à forma antiga – física e técnica – e muita, mas muita cobrança. Ele era muito mais notícia por suas derrotas do que por sua persistência e seu esforço em busca da superação das dificuldades.

Brasileiros presta uma homenagem a um dos nossos maiores ídolos do esporte. Número 1 do mundo durante quase um ano, ele foi o mitológico vencedor de três Grand Slam em Roland Garros, na França – em 1997, 2000 e 2001 – e, entre outros triunfos, ganhou 20 títulos de simples e oito de duplas.

Gustavo Kuerten, nascido em Florianópolis, dia 10 de setembro de 1976, tenista profissional desde 1995, anunciou, dia 15 de janeiro passado, que este ano vai abandonar o tênis.

Que seja um ano cheio de aplausos. É o mínimo que ele merece.


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