“ São muitas as razões que levam a acreditar que o Brasil será uma grande nação. Posso enumerar algumas delas. Primeiramente, o destaque é para a agropecuária. Anualmente, estamos batendo recordes de produção e produtividade e nos tornamos um dos principais celeiros do mundo. Muitos países dependem, hoje, do que produzimos aqui. Temos bons agricultores/pecuaristas, áreas cultiváveis, ciência e tecnologia que nos permitem sonhar com um País sem fome, o que é essencial para o progresso. Outro aspecto é nossa matriz energética. O petróleo, em breve, será utilizado para a indústria petroquímica e não mais como fonte de energia (termelétricas, combustível etc). O nosso País detém condições excepcionais para desenvolver e usar fontes de energia renovável de forma invejável para a maior parte dos países (biocombustíveis, hidroelétricas, energia solar e eólica). O mais importante é o fato de determos essas tecnologias. O povo também é diferencial. O Brasil, por formação, apresenta uma das maiores diversidades de raças e culturas. Essa diversidade, com tantas crenças e religiões, nos faz um povo tolerante, democrático, hospitaleiro e sensível ao desenvolvimento humano. O esforço que os governos têm feito para a distribuição de renda e do desenvolvimento regional mais harmonioso me faz crer que, em breve, seremos um país socialmente mais justo. E, finalmente, a questão básica, que é a educação. O Brasil ainda é um dos poucos países onde a educação no ensino médio tecnológico e ensino superior pode ser feita de forma gratuita e de qualidade, com acesso para todos e com um crescimento vertiginoso. Isso aponta para acreditarmos no presente e futuro do País.”
Eduardo Lima, professor titular da Universidade Federal Rural, Rio de Janeiro, RJ
“ Falar dos rumos do Brasil em sua condição atual torna-se uma missão complexa, na medida em que se entende o papel do fenômeno da mundialização do capital diante das nações, sobretudo as de desenvolvimento periférico, como é o nosso caso. Acreditar no Brasil de maneira crítica pressupõe a apreensão do fato de que as classes hegemônicas que dominam a política brasileira estão atreladas aos interesses do capital estrangeiro. E, enquanto esses interesses continuarem na condição de prioridade, a inexistência de saneamento básico para alguns e o monopólio especulativo da propriedade da terra para outros continuarão compondo o quadro da realidade, sem que o clímax do desenvolvimentismo – que, assim como sabemos, não existe – seja, de vez, alcançado. Mas quando vou às ruas reivindicar o direito à cidade, aí, sim, acredito no Brasil. Aí, sim, me sinto pertencente a algo que, de fato, faz sentido e busca outro caminho, para além da visão do espaço como meio de circulação do capital sob domínio dos agentes hegemônicos.”
Bruno Sampaio, estudante, Cotia, São Paulo
“ Acreditar no nosso País, muitas vezes, não é tarefa fácil. É preciso muito mais do que o jeitinho brasileiro para escapar das armadilhas que o sistema nos impõe. Mas nem por isso vamos desistir. Se há uma coisa que a gente sabe fazer é continuar acreditando e acreditando. Não posso dizer que o desânimo não bata às vezes. Bate, sim, mas é no combate a esse desânimo, que muitas vezes parece sem saída, que surgem os caminhos para seguirmos em frente. Desistir? Nunca. Se estivermos juntos e unidos no objetivo de levantar nossa terra, nada poderá nos impedir.”
Stella Maris de Assis, coordenadora de telemarketing, São Paulo, SP
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