“Acredito. A gente precisa urgentemente se livrar dos resquícios de escravidão na nossa sociedade e, enquanto isso não acontece, muitas mudanças boas vão criando força. Falo dos resquícios de escravidão em todos os sentidos e setores. As relações de trabalho entre patrões e empregados, o comportamento de muitos políticos e a certeza da não punição, a falta de conhecimento dos brasileiros sobre seus próprios direitos. A corrupção está virando um clichê e isso é muito ruim, porque aí reclamar dela também vira clichê e a gente perde força. Sem corrupção, Educação e Saúde, por exemplo, com os mesmos investimentos de hoje, funcionariam muito mais. Quero ver isso virar! Falta muita coisa, mas temos muita coisa também. Queria ver Belo Monte não ir pra frente, queria que o aborto fosse descriminalizado, que a questão das drogas fosse tratada com mais responsabilidade, consciência e inteligência, queria ver o machismo desaparecer da cabeça das mulheres, principalmente… Queria, queria e queria… E tomara que consiga ver, consiga ver, consiga ver. ”
Karina Buhr, cantora
“Acredito. Mas confesso que levou um bom tempo. Saí do Brasil em 1997 e deixei para trás um País com uma crise econômica tão constante que já fazia parte da realidade brasileira. Lá de Londres, onde morei nos últimos 11 anos, acompanhei o ‘primo pobre’ das nações mundiais ir ganhando seu espaço. As notícias sobre o País nos jornais no exterior foram deixando, pouco a pouco, de ser exclusividade da seção de Esportes pulando para as de ‘gente grande’, principalmente Economia e Política Internacional. Agora de volta, o que vejo é isso: desemprego, inflação e falta de perspectiva ainda existem, mas em níveis bem menores. Mas a corrupção e a precariedade dos serviços públicos nos relembram que somos terceiro mundo. É como ver o Barrichello dirigindo uma Ferrari, um carro bom sendo guiado por um motorista não tão bom assim… Mas ainda assim, acredito no Brasil.”
Karina Spooner, proprietária da agência de intercâmbio oilondres.com.br
“Acredito. O Brasil não é apenas o país do futuro. Já não é preciso ser um otimista por natureza para acreditar no Brasil, para acreditar que o futuro já chegou. Somos um dos poucos países emergentes do mundo e nossa economia segue crescendo, apesar das crises e dos muitos problemas internos que temos. Mas, talvez, o que nos faça acreditar mais no Brasil é nosso povo, nossa gente, nossa diversidade. Temos recursos naturais em abundância, um povo trabalhador e determinado, enfim, temos o essencial para nos transformarmos cada vez mais em um país de destaque e grandioso.”
Pio Penna, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em Relações Brasil-África e África Contemporânea
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