Você acredita no Brasil?

“Quem sou eu? Mulher, brasileira, monja zen-budista, ex-repórter, ex-esposa, ex-hippie, ex-excluída, ex-incluída. Eu mudei e continuo mudando. Brasil sou eu. Brasil é cada um de nós. É mudança, é transformação. É ex-lixão do mundo, é ex-ditadura, é ex-escravidão. Também temos mudado muito. Para melhor e para pior. Acredito em um Brasil interdependente e atuante. Acredito na capacidade humana de perceber seus erros e procurar o acerto. Acredito e desacredito no Brasil. E acredito que, por questões básicas de sobrevivência grupal, iremos sair desta adolescência birrenta e violenta, para um estado de respeito, cuidado e ternura. Utopias se tornam realidade. Tudo depende da mente. Da sua mente. Você acredita no Brasil? Mãos em prece.”
Monja Coen, monja zen-budista

” Quando passamos alguns dias no exterior, a volta sempre nos coloca de frente com o ‘acreditar’ no Brasil. Ainda mais quando viajamos para o chamado Primeiro Mundo. É impossível não fazermos comparações, para o bem e para o mal. Como quando visitamos a casa de um vizinho mais rico e o ‘olho gordo’ cresce. Eu acredito no Brasil, mas com algumas coisas ainda não consegui me conformar. Por que temos tantos buracos nas ruas? Por que tantos atrasos em tudo? Por que não temos transporte público decente? Por que tanta diferença entre ricos e pobres? Por que tanta criança pedindo esmola nas ruas? Por que não podemos andar a pé, à noite, pelas cidades? Por que todos os nossos melhores jogadores estão fora? Mas é claro que acredito no Brasil. Pra cima com a viga, moçada, bola pra frente!”
Paulo Betti, ator

” Essa não é uma pergunta cuja resposta seja definitiva. O momento pode interferir na resposta. Atualmente, arrisco-me a responder com certo ceticismo. Acredito que o Brasil seja um país com muitas possibilidades positivas, mas não acredito nas lideranças e na cultura brasileira, que inclui levar vantagem em tudo. Minha crença vem se esvaindo aos poucos. Sinto descrédito por um país cujas leis parecem apoiar o individual em detrimento do coletivo. ”
Jussara Ferreira Paim, mestre em educação

” É uma questão muito complicada. O que significa acreditar no Brasil? Alimento um grande desprezo por aquilo que se convenciona chamar a ‘elite’ (ou ‘burguesia’) brasileira. Historicamente, ela se mostrou incapaz de elaborar um projeto nacional soberano e independente. Como contrapartida à vergonhosa subserviência da nossa elite ao imperialismo, confio totalmente na imensa e heróica capacidade de luta e transformação dos jovens e trabalhadores brasileiros, dos combatentes de Palmares aos do MST, passando por Canudos, pelas Ligas Camponesas e pelo movimento estudantil, apenas para citar alguns. Acredito no Brasil que combate por um futuro livre da desigualdade social. O outro Brasil deve ser atirado ao seu lugar mais adequado, a lixeira da história. ”
José Arbex Jr., jornalista e professor da PUC/SP


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