“Será que podemos acreditar num Brasil diferente do que temos? Já acreditei que sim, mas a cada dia que passa fico mais incrédula! Em um país como o nosso, com um governo, tanto na esfera do Executivo, como no Legislativo e no Judiciário, constituídos por pessoas que carecem de caráter e moral, pois só pensam em levar vantagens pessoais, não têm como se preocupar, minimamente, com a educação, com a saúde e, consequentemente, com o pobre povo do nosso Brasil!!! ”
Silvana Alice Pattoli, médica ginecologista
“Acredito no Brasil, sim. Ser pessimista seria mais fácil, mas pouco interessante e um tanto quanto hipócrita por eu viver aqui. Mas creio que o tempo seja fundamental para qualquer expectativa positiva. O tempo em que a criatividade deixe de ser marginal – considerada irrelevante para a economia e política – e só valorizada na cultura. Só a título de exemplo, somos criativos na música, no cinema, nas artes plásticas. Para quem duvida, vale a pena conferir o que as pessoas do Recife andam fazendo nessas áreas. Por um lado a criatividade, o desejo de inovar, já se desvencilhou da conotação de “malandragem”, “picaretagem”, mas por outro ainda não é uma condição para as pessoas que ocupam cargos de poder. A transição leva tempo para que os que estão em seus pequenos ou grandes cargos administrativos esqueçam de ser criativos nas suas façanhas miraculosas de abusos, burlar a lei ou desviar verba para converterem-se em administradores criativos. Aí dará para acreditar mais ainda. ”
Kiko Goifman, diretor de FilmeFobia, que estréia em maio nos cinemas
“Tudo que fiz, e ainda faço, faço pelo Brasil. A maior prova disso é o Almanaque Brasil de Cultura Popular que neste mês completa dez anos de bons serviços prestados à sua história e à sua memória. Apesar das dificuldades que enfrentamos para chegarmos até aqui, se me perguntarem quais foram os melhores anos de minha vida, diria que foram os últimos dez, porque nos 120 meses que nos separam da nossa primeira edição eu dediquei todos os meus dias ao Brasil. E ninguém faz isso sem acreditar. ”
Elifas Andreato, artista gráfico e editor do Almanaque Brasil de Cultura Popular
“Acredito no Brasil porque tenho filhos e tenho fé. Acredito que a ocasião não faz o ladrão e que devemos intensificar o conceito de honestidade, sem deixar lacunas, nem variantes. Acredito que a autoestima nacional deva ser exercitada, não com máximas eufóricas do tipo: Brasil é o país da alegria, do samba, do futebol, mas com cultura. Acredito que ainda teremos resistência para encarar os conflitos, assumir as dores e fazer de cada acidente de percurso um aprendizado e não uma pizza. E que Deus não é brasileiro e nem português é burro. Não somos burros! E somos “quase” portugueses. Acredito que podemos criar brasileiras que não dependam de bundas. E que dá para aprender a ser cidadão. Acredito no Brasil, mesmo quando pago os impostos altíssimos e vejo crianças malabares nas ruas. Acredito porque tenho fé e filhos. ”
Fernanda Young, escritora e roteirista
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