“A resposta não é binária. Tudo depende de um contexto. Não consigo entender o Brasil como unidade do ponto de vista geopolítico. O território brasileiro ocupa uma área de 8. 514.876 quilômetros quadrados. É “país continente”: gigantesco e diversificado. Se por um lado esses são adjetivos da nossa cultura, também são nossos problemas. Não acredito, em tom de pura indignação, que o consumismo desenfreado da vida contemporânea seja condizente com a situação emergencial do planeta. Acredito no ser humano, independente da nacionalidade. Acredito na força da natureza e nos links ancestrais que temos com o mundo animal, que continuam reverberando em nossas células. Acredito que o frescor e a intensidade das descobertas durante a infância marcam para sempre traços na formação da personalidade como algo que foge dos ciclos do tempo. Algo que pode ficar dormente, mas que, se em um dado momento fez sentido e foi experienciado, existe. Se torna um recurso expressivo latente e acessível. Acredito sim, no movimento. Naquilo que vai e vem. Na esperança que todo esforço em semear coisas boas nunca será em vão.”
Dafne Sense Michellepis, atriz, locutora, professora e membro fundadora da “Balangandança Cia”, dança contemporânea para crianças, São Paulo (SP)
“Sim, acredito! O Brasil é um país de muitas contradições e de uma enorme desigualdade social, mas ainda que as soluções pareçam distantes, as últimas décadas têm apontado alternativas muito importantes. Essa crença de que vivemos numa realidade possível, num País cujas diferenças culturais fertilizaram a diversidade de talentos que nos caracteriza, tem sido minha maior orientação na vida e em minha trajetória pessoal e profissional. Em todos os meus papéis desempenhados como gestor, pai, eleitor e cidadão, atuei sempre com fé e segundo os princípios de que contribuímos de muitas formas para mudar o Brasil, a começar pela transformação do próprio olhar e pela forma como desejamos e expressamos ao mundo nossa maneira peculiar de lidar com a criatividade, com os prazeres e as dificuldades.”
Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo
“No Brasil eu acredito, mas não nas pessoas. Aqui ninguém respeita mais ninguém, as coisas estão muito difíceis. O Brasil é um país rico em terra, florestas e, principalmente, em água doce. Já temos tudo, está aqui, mas as pessoas estão acabando com isso, não somente no Brasil, mas no mundo. O povo brasileiro, em geral, é ignorante, não cuida e nem valoriza o que tem. Deveria-se investir muito em educação, pois uma pessoa com a mente aberta para a cultura faria com certeza as coisas melhorarem muito. Quer saber, às vezes eu acho o Brasil uma bosta e às vezes uma maravilha, assim como a minha vida.”
Danielle Matos Santos, 29 anos, assistente de cozinha, São Paulo (SP)
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