Você acredita no Brasil?

“Quando recebo uma notícia sobre uma conquista internacional do Brasil, seja na área esportiva, seja de algum profissional que se destaca em sua carreira, tenho orgulho de ser brasileiro. Mas, o problema é que esse orgulho deixa de existir em apenas alguns minutos quando se ouve os noticiários sobre corrupção, violência, impunidade… Aí parece que o Brasil não tem jeito e que tudo de fora, de outro país, é melhor. Mas temos um diferencial em relação a todos os outros países: uma fonte inesgotável de esperança, que é preciso aproveitar, buscando soluções concretas, principalmente na área da Educação. Portanto, a solução para não termos mais essa dúvida entre acreditar ou não acreditar neste país maravilhoso é muito simples, simples mesmo – investir em Educação, sem deixar de lado também as áreas de Segurança e de Saúde.”
Theo Santos de Souza, tenente da Polícia Militar de São Paulo

“Acredito muito no Brasil. Vejo hoje a população despertando para a riqueza da sua diversidade cultural e emergindo num país diferente daquele que conhecemos na história recente. No campo político, vejo um maior empoderamento de grupos locais que manifestam a sua visão de mundo. As redes vitais estão aí presentes para denunciar a corrupção, preservar as florestas, as águas, afirmar direitos. Nascem novas responsabilidades com direitos. Vemos um país acordando após anos de ditadura militar e domínio quase monolítico das elites. Circula um pluralismo saudável, novas cores, novos sentidos, uma riqueza cultural ancestral em nossas narrativas modernas. Num país ainda extremamente violento, a cultura de paz passa a se manifestar, ainda timidamente, mas como novidade para compor outros paradigmas do viver e do conviver. Precisamos urgentemente frear o consumismo e praticar a vida simples e o pensamento elevado. O individualismo está muito presente no cotidiano e a solidariedade está débil. Precisamos também acreditar não só nas pessoas, mas na comunidade dos seres vivos; arrogância é acreditar que o ser humano é o centro do mundo. Aí estão grandes chaves da mudança dos modos de vida, não só no Brasil, mas no planeta. Não há por que não acreditar no país: velhas crenças estão sendo abaladas e antigas tradições renovadas; a esperteza está sendo interrogada e vemos novas possibilidades de vida no horizonte. Por tudo isso, é possível acreditar no reencantamento do Brasil.”
Hamilton Faria, poeta, pacifista, professor e especialista em desenvolvimento cultural, São Paulo

“Eu não acredito, porque não acredito nos governantes do Brasil. Eu acreditaria se mudassem todos os governos. Eles falam que a Educação e a Saúde estão bem, mas estão cada dia piores. Então eu não acredito, acho que não tem recuperação.”
Divanilsa Ferreira Baena, feirante, São Paulo

“Acredito! Talvez pela nossa capacidade sem fim de sorrir. Pode parecer uma visão romântica, mas acredito sim. Você já viu um povo mais sorridente? Veja os artistas que temos! Na literatura, artes plásticas, cinema, teatro… Somos um dos povos mais criativos do mundo! Estamos engatinhando ainda se olharmos para os gregos e suas tragédias que datam 500 a.C, os ingleses e Shakespeare do século XVI, e por aí vai. Mas estamos construindo nossa arte, a partir da nossa história, e é por isso que acredito mesmo no Brasil. Acredito que haverá um governo, com políticas sérias, que colocará a arte como formação de um indivíduo melhor e não apenas como entretenimento. O artista coloca no mundo um ponto de vista poético, diferente da realidade e por isso mesmo mais complexo, cheio de sutilezas. Isso contribui ao indivíduo, pois do choque entre os diversos pontos de vista é que nasce a reflexão e, por consequência, o amadurecimento de um povo. Acredito, de sorriso largo no rosto, acredito!”
Gabriel Miziara, ator da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, São Paulo


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