Você acredita no Brasil?

“Acredito sim. A história vem mostrando que o Brasil já se modificou muito. Meu bisavô foi escravo e hoje eu sou um profissional liberal. Costumo enxergar o mundo pelo âmbito social e, por meio dessa visão histórica, acredito que as coisas ainda vão mudar. Já era para estar melhor. O Brasil poderia ter menos apartheid social, mas acredito que o País caminha para equilibrar a igualdade racial e social e a distribuição de renda.”
Paulo Lins, roteirista e escritor, autor do livro Cidade de Deus, Rio de Janeiro (RJ)

“Acredito na capacidade de o ser humano desenvolver seu potencial intelectual. Creio que ele poderá enxergar a vida pelo que é correto e bonito, com senso de justiça e de convivência em sociedade. Assim, será possível melhorar o nosso Brasil.”
Karen Maria da Silva, socióloga, São Paulo (SP)

“Não acredito no Brasil enquanto: 1. O voto for obrigatório; 2. Seja permitido aos políticos trocar de partido mais de uma vez na vida pública; 3. Os impostos sobre produtos importados continuarem tão altos a ponto de o consumidor final pagar 600% a mais por eles; 4. A TV permanecer levando ao ar a propaganda eleitoral de Roberto Jefferson, Collor de Mello, Maluf, e tantos outros que não vale a pena nem digitar o nome no teclado do computador; 5. Os juros dos bancos continuarem essa bagatela por ano.”
Ju Medeiros, artista, Fernando de Noronha (PE)

“Só vou acreditar no dia em que políticos corruptos forem para cadeia e devolverem o que roubaram.”
Roni Soares Palhano, mecânico, Lages (SC)

“Acredito… É neste País que nasci e vivo. É neste País que vejo violência, crianças sem escola, sem uma educação de qualidade, sem comida, sem saneamento básico, sem saúde, sem segurança, com políticos desonestos e crianças vítimas das drogas. É neste País que vejo pessoas humildes, que querem ajudar o próximo, preocupadas com o meio ambiente, com a saúde das crianças, dos idosos e dos deficientes. Acredito em um País onde as autoridades tiram as responsabilidades das suas costas, onde culpam inocentes. E é neste País que vejo pessoas lutando apenas por seus direitos, mas, apesar dos muitos esforços, conquistando quase nada. Até o momento, é neste Brasil que acredito. Porém espero estar enganado.”
Irondino Torma, funcionário público, Bagé (RS)

“Não acredito no Brasil, pois: ‘Minha terra tem cadeiras onde canta o Lulalá. Os políticos que aqui se sentam não assentam como lá. Nosso poder público tem mais estrelas. Nossas políticas públicas, mais flores. Nossas eleições têm mais campanha. Nossas campanhas, mais eleitores. Em cismar, a mídia publica mais fraudes do que lá. Minha terra tem cadeiras onde canta o Lulalá. Minha terra tem clamores. Que o povo só faz falar. Em cismar, não tenho temores. Mais prazer encontro em lutar. Minha terra tem cadeiras. Onde canta o Lulalá. Não permita Deus que eu morra. Sem que veja algo mudar. Sem que desfrute dos clamores. Que não vejo o povo rebelar. Sem qu’inda derrube as cadeiras. Onde canta o Lulalá’.”
Paulo Roberto Laubé, jornalista e professor, São Paulo (SP)


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