Você acredita no Brasil?

“Eu acredito no Brasil, ou melhor dizendo, acredito em um Brasil que muitos brasileiros carregam dentro de si. São brasileiros que, apesar de toda a corrupção e hipocrisia, sobrevivem com dignidade e responsabilidade. São eles que também acreditam no poder da educação para todos e não apenas no slogan publicitário repetido há anos. Esses brasileiros encontram tempo para contribuir para uma sociedade mais justa – e isso se faz no dia a dia, nas relações familiares, profissionais e de amizade – e compreendem que se dar bem na vida a qualquer custo não é o caminho, apesar dos maus exemplos que nos cercam. Esses brasileiros nos quais acredito não são donos da verdade, estão abertos ao diálogo e querem preparar o País para o futuro próximo, encarando novos desafios com relação à tecnologia, ao planeta, às relações trabalhistas, direitos, deveres, etc… Esse Brasil, no qual acredito, ainda tem força para se indignar contra a falta de justiça, a violência, a falta de vergonha na cara daqueles que tiram dos que mais precisam e que olham para o País com indiferença.
O Brasil do Tom, do Ben, das belezas naturais, da mistura de raças e credos pode ser muito mais do que uma caricatura de araras, futebol e mulatas. Precisamos seguir em frente. Aprimorando, aprendendo, reinventando.”
Simoninha, cantor, São Paulo (SP)

“Apesar de nossos problemas históricos de corrupção e falta de investimentos em setores fundamentais, como educação, saúde, segurança e cultura, acredito sim que o Brasil tem jeito. Desde que haja uma mudança em médio prazo de nossos representantes e nessa velha cultura de se acostumar com tudo, sem reivindicar as transformações necessárias. Precisamos agir para que isso seja possível.”
Éden Moraes da Costa, funcionário público, Belém (PA)

“Eu acredito que o Brasil somente vai dar ‘certo’ e será um lugar melhor para se viver quando as pessoas e a sociedade passarem a questionar alguns dogmas. É preciso refletir sobre o dogma do crescimento e do progresso material, o dogma do trabalho sem meritocracia e o dogma do consumo. Esses dogmas são fontes de alienação, individualismo e atomização social. Enquanto isso não for feito por cada cidadão, o Brasil continuará a ser um País injusto e desigual. É preciso repensar os objetivos coletivos e as formas de viver e de se relacionar socialmente. Que sejam formas não mais fundamentadas em relações comerciais, mas em vínculos de solidariedade, pluralidade e liberdade. Com essas transformações, um outro Brasil é possível.”
Augusto Patrini Menna Barreto Gomes, historiador, tradutor e jornalista, São Paulo (SP)

“Por que não acreditar? Ou seria melhor acreditar na grande mídia que insiste em ofender nossa inteligência e tenta a todo custo embotar nossa sensibilidade? Ou em empresários social e ambientalmente responsáveis de fachada? Ou em governantes mentirosos, omissos e hipócritas? Não vou listar uma infindável série de razões econômicas, culturais, sociais, acadêmicas, artísticas, afetivas, comunitárias, todas de caráter estrita e altissimamente positivos que, mesmo diante dos descalabros e absurdos perpetrados por nossa gente de ‘bem’, os antigos ‘homens bons’ (Para quem? – eu me pergunto…), acobertados pela grande ‘imprensa’ e pela ‘justiça’. O País e sua gente são muito, mas muito melhores do que pensam parcelas ínfimas, mesmo que bem aquinhoadas ou apadrinhadas, do ponto de vista material, da população.”
Ciro Hardt Araujo, editor, Vargem Grande Paulista (SP)


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