“Acredito mais do que nunca. Vivendo fora há 16 anos, porém sempre ligada ao Brasil, vejo com mais clareza as mudanças, desde o princípio do governo FHC. Muito além das transformações financeiras que começaram no fim da era Collor, ocorreu o mais importante: o reencontro da própria identidade nacional. A conscientização geral, desde a questão racial, a criação de ONGs para o auxílio das pessoas carentes e marginalizadas e, assim, um olhar mais realista, com a certeza de que se pode mudar. O sucesso de ritmos musicais populares brasileiros, em todas as classes sociais, isto e outros fatores fundiram mais os brasileiros. Também a melhora financeira ajudou na construção da autoconfiança. Falta agora ao brasileiro conhecer melhor seus direitos de cidadão, os deveres do estado e reivindicá-los ao invés de se lamentar. Os países ricos precisam do Brasil e há de se ter sabedoria e aproveitar esse momento.”
Clara Maria da Silva Schlepper, empresária e produtora, Frankfurt – Alemanha
“Eu acredito no Brasil, mas o País precisa melhorar em muitos aspectos e a educação é a base de tudo. Perdi meu pai aos 5 anos de idade. Aos 13, comecei a trabalhar como babá, para comprar uma roupinha, um sapatinho. Coisas que minha mãe não podia nos dar. Trabalhei, depois, como vendedora ambulante e, aos 14 anos, ia sozinha ao Paraguai, comprar bugigangas. Minha mãe criou três filhos, sem marido, e nenhum de nós passou fome ou virou bandido. Acredito muito que este é um País de oportunidades. Enfrentamos uma crise mundial em 2008 e saímos ilesos. Continuamos crescendo, mas é preciso melhorar em muitos aspectos. Priorizar a educação e combater a corrupção são as questões mais urgentes. O Brasil, hoje, é respeitado e admirado nos lugares mais importantes do mundo. Vou a Paris e, quando digo que sou brasileira, sempre ouço que o Brasil é o país da vez. Todos falam do Brasil com muito carinho. É uma coisa muito impactante. O pessoal acha o brasileiro muito alegre, divertido e sentimental. O próprio Sérgio Buarque de Holanda dizia isso, que o brasileiro é sentimento, é emoção, enquanto o americano não se deixa tomar pelas emoções. Vejo o Brasil de forma muito positiva, hoje. Gosto muito de viajar, mas gosto mais ainda de voltar ao meu País.”
Daniela Albuquerque, apresentadora do programa Manhã Maior, da Rede TV!, São Paulo (SP)
“Acredito no Brasil, mas a longuíssimo prazo. O nosso País não tem muitas chances de se desenvolver adequadamente e colocar a sua população em uma posição de destaque. Na minha opinião, o que ocorre é uma falta de leis e de trabalho honesto por parte dos nossos governantes. Sem isso, não poderemos ver a população com boa educação. As nossas cidades estão sem segurança. A violência reina sem fronteiras e a corrupção também. Apesar de ser um País rico, temos ainda uma avalanche de pessoas vivendo abaixo do nível de pobreza. E por aí vai. Então, respondendo à pergunta: no Brasil de hoje eu não acredito, porque não temos governabilidade.”
João Lucena de Sousa, agente de viagens, Brasília (DF)
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