Queridos, eu me lembro do anel. Estou confessando a idade a vocês. Acompanhei ao vivo e em cores o casamento de Charles e Diana pela televisão, em 1981. Ela era pouco mais do que uma menina desengonçada, nem sabíamos ao certo se poderíamos chamá-la de princesa, mas cumpriu brilhantemente seu papel. Era uma overdose de arquétipos e mitos nas nossas cabeças. A transmissão começou cedo, por conta do fuso horário, mas eu grudei na televisão, e vi o vestido, que não era branco, era creme, com uma tiara de diamantes na cabeça, tudo como manda o figurino. Tinha carruagens, cantoras de ópera na catedral, foi um dos momentos mais bregas e emocionantes de minha vida. Charles entrou vestindo uma farda azul militar, acompanhado pelos irmãos, foi emocionante. Não vou fazer a fina, e dizer que nem ligo para isso, pois ligo sim, adoro a monarquia britânica. Eles também adoram, não é à toa que não cortaram a cabeça de seus reis nos últimos séculos, isso é coisa de franceses. Diana foi uma das figuras mais marcantes do século XX, todos nós a adorávamos, com aquelas pernas longas, e um olhar sempre triste, e morreu no auge da beleza, acompanhada de um playboy árabe, depois de um jantar de primeira, em um hotel luxuosíssimo em Paris. Infelicidades à parte, acho que o roteiro estimulou os sonhos de mais de uma geração. Joseph Campbell daria aulas de simbologia só de ver a primeira página dos tabloides ingleses dos dias de hoje. Lembrem vocês o choque que foi a morte dela, com todos aqueles ataques à rainha, que renderam-nos o filme, maravilhoso, com Helen Mirren arrasando.
Sim, os príncipes têm sua função nas nossas vidas, e nos nossos imaginários. Já lembrei deles aqui falando até dos jogadores de futebol, mas os verdadeiros, especialmente os Windsors, dão conta do recado. William é um homão, bonito, mais parecido com a mãe do que com o pai, benza-lhe Deus! O irmão é tudo de bom, pois é um ruivo bem bonitinho, e não carrega o peso de ser herdeiro da coroa, pode se esbaldar, curtindo a vida como todos nós gostaríamos. Ele terá a liberdade que a Princesa Margareth, irmã da rainha, teve: pôde curtir a vida sem responsabilidades, com fama, e muito dinheiro. Quem quereria coisa melhor? Vejam vocês, eu já cansei de falar aqui sobre homossexualidade na Grã Bretanha, dos avanços que nosso sindicato obtêm lá. Foi de lá que nos veio James Alison, o maravilhoso padre gay da última sexta-feira. Leram o livro? Recomendo. Abraços do Cavalcanti.
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