Remédios ficam 12,5% mais caros

Os brasileiros começam a semana com os medicamentos 12,5% mais caros. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) da autorizou na sexta-feira (1) o percentual máximo aos fabricantes. Trata-se também do mais elevado índice concedido nos últimos seis anos.

A base do reajuste, que alcançará cerca de nove mil medicamentos, foi o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 9 de março de 2016. O índice registrou uma variação de 10,36% entre março de 2015 e fevereiro de 2016.

Aumento é o maior dos últimos anos. Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Aumento é o maior dos últimos anos. Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Impacto no orçamento

Segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), entre os principais fatores que tiveram impacto sobre o índice de reajuste estão a ata da energia elétrica e as variações do dólar.

Os valores começam a ser repassados e vão pesar no orçamento familiar. “Gastamos uns R250,00 por mês com remédios para o meu marido, que usa anticoagulante, e o antialérgico do meu filho”, diz a empregada doméstica Eliane Gonçalves, 38 anos. “O jeito agora vai ser comprar nas promoções de três caixas, onde dá para conseguir desconto de até 65%”, diz ela. Outro problema mencionado por Eliane é a falta de medicamentos no posto de saúde. “Outro dia meu filho precisou de antibiótico e não tinha. Precisei comprar”, diz.  

Há também a opção dos genéricos. Em geral, eles podem custar até 70% menos. Mas é preciso pedir pelo medicamento e pelo desconto.  O músico Antônio Sampaio, 61 anos, de São Paulo, por exemplo, descobriu recentemente que a farmácia onde comprava há anos jamais informou que existia um medicamento genérico correspondente às pílulas que usa cronicamente para baixar o colesterol. “Pagava quase R$ 170,00, mas podia desembolsar cerca de R$ 70 mensais. Senti-me enganado pelo balconista”, queixa-se. A justificativa de um dos vendedores para não ter oferecido o medicamento genérico é que a esposa de Antônio costuma comprar apenas medicamentos de marca. Antônio também desconhece alguns programas de adesão (Compliance) das indústrias farmacêuticas em que o paciente se cadastra para obter descontos em remédios de uso contínuo e preço alto. 

 

 


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