Nesta quarta-feira (6), às 18h, ativistas, usuários, gestores e dirigentes de entidades relacionadas à saúde darão grito pela democracia na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. O entendimento dos envolvidos no ato é que a tentativa de impeachment afeta os avanços democráticos de atenção universal e gratuita representados pelo Sistema Único de Saúde. Ato terá como mestre de cerimônia o ator Sérgio Mamberti.
Na quinta (7) psicanalistas da USP também fazem ato pela democracia no Instituto de Psicologia. Christian Dunker, Paulo Endo e Vladimir Safatle estão entre os confirmados.
Em manifesto para o ato assinado pelos ex-ministros da Saúde Artur Chioro, Alexandre Padilha e Humberto Costa, além da própria Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, o SUS é colocado como indissociável da garantia de direitos individuais associados à democracia.
“Compreendemos que a promoção, a produção da saúde e o enfrentamento dos determinantes sociais, que possam garantir vida com mais qualidade e saúde para a nossa população, são indissociáveis da garantia de direitos sociais e da democracia, conquistados com muita luta e ameaçados”, diz o texto.
Os signatários do manifesto dizem que a democracia está ameaçada por aqueles que não obtiveram aprovação nas urnas e que esses, associados aos interesses de empresários e financistas, setores do judiciário e da mídia, estão mancomunados para escrever uma “história de trevas no País”.
Para esses setores, a democracia é um projeto indissociável da saúde pública porque o SUS foi concebido no contexto da luta política pela redemocratização. “Nós, que prezamos e lutamos pela democracia, não podemos aceitar essa afronta ao Estado Democrático de Direito”, escrevem.
Outro ponto enfatizado pelo texto do manifesto e que, segundo seus signatários, ameaça o SUS é o clima de intolerância propagado por alguns setores. Isso porque o projeto do Sistema Único de Saúde foi concebido com princípios de respeito à diferença e equidade. “Repudiamos também o clima de ódio fomentado. Se nos calarmos diante desta ilegalidade democrática, estaremos nos calando diante da intolerância com o desigual, diante da violência contra a comunidade LGBTT, mulheres, negros periféricos.”
O total desmonte do financiamento do Sistema Único de Saúde também é um temor de setores ligados à saúde pública. “O SUS sofre há muitos anos com ataques constantes dos mesmos setores da mídia que apoiam hoje o golpe. Uma política pública ameaçada de ampliar seu subfinanciamento com a agenda apresentada por grupos golpistas trará graves consequências à universalidade, integralidade e equidade”, finalizam.
Assinam o manifesto e apoiam o ato:
Alexandre Padilha – Ex-Ministro da Saúde
Arthur Chioro – Ex-Ministro da Saúde
Humberto Costa – Ex-Ministro da Saúde
José Gomes Temporão – Ex-Ministro da Saúde
José Agenor – Ex-Ministro da Saúde
Conceição Lemes
Frente Estadual Antimanicomial – SP
CUT
UNE
Ass. Brasileira de Saúde Bucal Coletiva
Setorial de Saúde do PT
SINDSEP – SP
SIND. Enfermeiros – SP
SIND Psicólogos – SP
Sind ACS do Vale do Paraíba e Guarulhos e região
FETESS SP
ABRASME
Movimento Nacional da Luta Antimanicomial
Federação Nacional dos Enfermeiros
Faculdade de Saúde Pública/USP
APSP
ABRASCO
CEBES
COSEMS SP
Rede Nacional de Médicos e Medicas Populares
Saúde!Brasileiros
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