Uma revisão dos prontuários de 347 pessoas com obesidade verificou que quem tem mais ajuda na atenção básica para emagrecer perde duas vezes mais peso. A pesquisa foi feita pelo Centro de Medicina da Johns Hopkins University e publicado na última edição do Patient Education and Counseling.
Segundo Wendy Bennett, uma das autoras da revisão, o estudo do que acontece com os obesos na atenção primária à saúde é ainda mais necessário porque são eles os pacientes que mais reportam situações em que se sentem desrespeitados e agredidos por médicos.
Na outra ponta, ela explica, estudos mostram há muito tempo que uma boa relação entre médico e paciente colaboram fortemente na adesão de qualquer tratamento.
Como foi o estudo
Wendy e seus colegas analisaram o prontuário de um programa de emagrecimento da Johns Hopkins University financiado pelo governo americano. De todos os pacientes avaliados, 63% eram mulheres e eram obesos (com IMC de 36,3 em média). Cada participante também tinha pelo menos uma condição associada à obesidade: pressão alta, colesterol alto e diabetes.
Os voluntários foram acompanhados por dois anos e, ao final de cada consulta com o médico de atenção primária não-especialista, eram orientados a avaliar a qualidade do atendimento.
O questionário incluía perguntas sobre a frequência com a qual o médico explicou o tratamento com clareza, se ouviu atentamente o paciente e se demonstrou respeito.
A revisão demonstrou que os pacientes que deram a avaliação mais alta para o médico perderam em média 11 quilos -mais que o dobro dos 5 quilos perdidos em média pelos pacientes atendidos por médicos que obtiveram a mais baixa avaliação no questionário.
“O estudo mostra que a ajuda do médico tem um papel fundamental na perda de peso”, diz Bennet. “Muitos pacientes entram em programas de forma independente, sem o conhecimento do médico. Mostramos aqui que o engajamento entre os dois é mais que necessário.”
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