Identificado pela primeira vez em maio no país, o vírus Zika, mais um primo da dengue (o primeiro é a chikungunya), já está se alastrando pelas regiões norte e nordeste do país. Nove novos casos foram confirmados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência no Pará, nesta segunda-feira (31).
O instituto analisou 156 amostras coletadas em Alagoas entre 15 de julho e 3 de agosto deste ano. Já são 13 indivíduos no total do Estado.
Na Bahia, 41,6 mil de zika vírus foram notificados entre janeiro e começo de agosto, segundo a secretária da saúde do estado.
Também há ocorrências em São Paulo e no Rio de Janeiro. Como nem todos os casos são confirmados em laboratório, acredita-se que o número seja maior. Não há ocorrências de morte.
O médico Kleber Luz, da Universidade do Rio Grande do Norte, explica que o vírus Zika, assim como a dengue e a chikungunya, também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
O combate ao vetor é a principal arma para evitar o contágio. Febre alta, conjuntivite, dores de cabeça e nas articulações e manchas no corpo são os principais sintomas da doença.
No Brasil, o protocolo de tratamento adotado pelo Ministério da Saúde visa amenizar a dor, como o uso de dipirona, por exemplo. A aspirina é contraindicada porque pode aumentar o risco para hemorragia nesses casos.
Segundo estatísticas divulgadas pelo ministério, apenas 18% das pessoas apresentam sintomas clínicos da doença e sua evolução é benigna.
No entanto, o médico Kleber Luz, da UFRN, alerta que apesar de ser considerada menos grave que a dengue, a febre Zika está associada ao aparecimento de casos da Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune.
O sintoma mais frequente dessa síndrome é uma fraqueza muscular progressiva que pode ser acompanhada de alterações da sensibilidade, como coceira, queimação, dormência. Sua evolução pode levar a perdas motoras e acometer o tronco, braços emúsculos da face e da respiração, por exemplo.
De onde veio
O Zika foi identificado na África pela primeira vez em 1947, durante uma pesquisa sobre febre amarela. Um dos macacos Rhesus da amostra tinha febre alta e, quando analisado, descobriu-se que ele estava infectado pelo Zika.
Atualmente, ele circula principalmente pela África e Ásia. A variação encontrada no Brasil é a mesma da asiática. A orientação é que a população procure por um posto de saúde mais próximo. Somente casos mais graves são indicados para centros de referência.
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