Entre 1996 e 2014, o Brasil teve um crescimento entre 379% e 486% do número de doutores e mestres, mas ainda aparece como antepenúltimo no ranking de 37 países sobre o tema elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No País, são 7,6 doutores para cada grupo de cem mil habitantes. Apenas México (4,2) e Chile (3,4) tiveram desempenho inferior. O ideal, para Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), é que o Brasil tivesse de 30 a 40 doutores por 100 mil habitantes.
Os dados sobre o número de doutores e mestres no Brasil está na publicação “Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira”, apresentada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) esta semana durante evento da SBPC. O estudo foi feito a partir das bases de dados do Ministério do Trabalho, Coleta Capes e Plataforma Sucupira.
Cursos menos centralizados no Sudeste
O documento mostra que o número de programas de pós-graduação cresceu três vezes. Revela ainda que os cursos estão um pouco menos centralizados e mais distribuídos regionalmente . Se, em 1996, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro formaram 58,8% dos mestres e 83,4% dos doutores no Brasil, em 2014 esses números caíram para 36,6% e 49,5%, respectivamente.
Em evento da SBPC esta semana, Antonio Carlos Filgueira Galvão, diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), explicou que a pulverização dos programas de mestrado e doutorado criou as condições necessárias para o desenvolvimento de outras regiões do país. Segundo ele, quanto maior a geração de conhecimento, maior o potencial de geração de riquezas para o país.
A publicação do CGEE mostra ainda a dinâmica do emprego formal dos pós-graduados por seis anos consecutivos. Os dados apontam grande absorção dessa mão de obra pelo mercado de trabalho brasileiro. Entre 2009 e 2014, o total de mestres empregados foi de 66%, enquanto o de doutores foi de 75%, ou seja, bem acima da taxa de 53% de ocupação da população, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
*Com Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação
Deixe um comentário