Procurar parceiros mais tarde na vida e manter um relacionamento íntimo sem compartilhar o mesmo teto é um alternativa cada vez mais frequente entre pessoas acima dos 60 anos na Europa. O novo padrão é menos disseminado nos Estados Unidos, mas começa a se expandir.
A constatação do fenômeno entre os idosos norte-americanos, conhecido como LAT (Living Apart Togheter, viver junto em casas separadas, em tradução livre) faz parte de um estudo das pesquisadoras Jacquelyn Benson e Marylin Coleman.
Benson é professora assistente da área de Desenvolvimento Social e Ciências da Família da Universidade do Missouri-Columbia, nos Estados Unidos. Coleman é especialista em gerontologia do estado do Missouri. Ambas atuam no laboratório de pesquisa Loveafter60, criado pela universidade.
“O que há muito tempo se sabe sobre as relações nessa fase da vida baseia-se, em grande parte, no casamento de longo termo “, diz Benson. “Porém agora existem adultos divorciados e viúvos que estão interessados em forjar novas relações íntimas fora dos limites do casamento.”
As entrevistas feitas pelas pesquisadoras com casais acima dos 60 mostraram que o desejo de autonomia, de independência financeira, de manter a própria casa e de preservar a convivência com os familiares são alguns dos motivos que incentivam essa opção.
Em entrevista em video à Universidade do Missouri, o idoso Jim Pastoret disse que sua esposa morreu em 2011 e que encontrar Lucy Dannar, sua companheira atual, o ajudou a superar a perda e evitar a depressão. “Ela é muito mais do que uma namorada”, afirma Jim.
Os protagonistas dessa nova escolha na terceira idade admitem ter dificuldade de definir seu relacionamento para os outros. Ela diz que Jim é seu carinho, seu mimo.
Saúde e finanças
Um dos desafios desses novos casais é a tomada de decisões legais sobre saúde e finanças. “As discussões sobre o planejamento e prestação de cuidados no fim de vida são delicadas. Casais Lat devem ter essa conversa entre si e com suas famílias com prioridade”, aconselha a pesquisadora Marylin Coleman. As pesquisadoras estão em busca de mais casais norteamericanos que queiram participar do estudo, publicado no Journal of Marriage and Family.
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