A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DEVISA), divulgou esta semana um alerta epidemiológico para os profissionais de saúde da região sobre a febre amarela. A preocupação é que o surto atual da doença em Angola e na República Democrática do Congo chegue ao Brasil pelo trânsito aumentado de viajantes durante as Olimpíadas.
O documento apresenta orientações aos médicos e profissionais quanto às condutas a serem adotadas frente aos possíveis casos suspeitos. A medida vem na esteira de outras que visam conter a importação de casos de febre amarela para o País. De olho nos jogos olímpicos, desde julho, o Brasil exige que turistas vindos dessas regiões apresentem Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). Nele, deve constar imunização contra a doença de pelo menos dez dias de antes da viagem.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, foram notificados 3.682 casos suspeitos de febre amarela em Angola, dentre os quais 877 foram confirmados. No surto atual, foram reportados 361 óbitos, dos quais 117 confirmados. Os registros são de dezembro de 2015 a julho de 2016.
Já a República Democrática do Congo acabou importando casos da doença de Angola. Até o momento, foram notificados 1.106 casos suspeitos de febre amarela distribuídos em 5 províncias no país, dos quais 75 fatais; 68 casos (59 importados de Angola) foram confirmados. Os dados são de a partir de março desse ano.
Mais sobre febre amarela e erradicação no Brasil
A febre amarela é transmitida pelo Aedes aegypti, mosquito que transmite também dengue, Zika e chikungunya. No Brasil, a febre urbana está erradicada desde os anos 1940, mas há casos da versão silvestre da doença no centro-oeste e na região amazônica. Cinco casos foram registrados esse ano em Goiás.
Febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos são os principais sintomas da doença. Nas formas mais graves, mais raras, a febre leva à insuficiência hepática, renal e podem ocorrer hemorragias e insuficiência dos órgãos.
Além de todas as medidas contra o mosquito, a vacina é a principal forma de prevenção contra a febre amarela e possui elevada eficácia. No Brasil, o imunizante é administrado a partir dos nove meses de idade e deve ser reforçado a cada dez anos ou em caso de viagem para áreas afetadas.
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