Além do tabagismo, hipertensão e colesterol elevado, a diabetes não tratada agora é vista como um sólido fator de risco para o infarto. Estudo alemão demonstra que diabéticos têm risco maior de sofrer um ataque cardíaco que não-diabéticos. A relação foi publicada no Journal of the American College of Cardiology.
O infarto do miocárdio ocorre quando o músculo cardíaco deixa de receber sangue e oxigênio. Sem isso, o coração ou parte dele morre. Geralmente, o susto ocorre pelo bloqueio de artérias e veias que servem de “estrada” para o sangue.
No caso de condições como o colesterol alto, o bloqueio ocorre por gordura. No caso da diabetes, os cientistas demonstraram que níveis elevados de açúcar podem “quebrar” os vasos. Isso porque o açúcar mata os pericitos, células que envolvem os vasos e lhe conferem força e estabilidade.
Como foi feito o estudo
Cientistas compararam os vasos sanguíneos de pacientes com e sem diabetes submetidos a transplantes cardíacos. Conclusão: os diabéticos apresentam menos vasos ao redor do coração que não-diabéticos. A pesquisa foi complementada com experimentos com animais e o teste confirmou a hipótese de que a diabetes diminui a quantidade de vasos.
Importância do tratamento
O estudo reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da diabetes. “A diabetes muitas vezes permanece indetectada por anos ou mesmo décadas. Durante esse longo período, danos podem ocorrer”, diz Rabea Hinkel, uma das autoras do estudo.
Mas a perda pode ser revertida. Em testes com cobaias, o grupo de Hinkel foi capaz de restaurar vasos sanguíneos com terapia genética. Embora o feito provavelmente demore para chegar a pacientes humanos, ele abre novas perspectivas de terapia e de prevenção do infarto.
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