Um estudo da Universidade de Georgia, nos Estados Unidos, reforçou a importância que a formação de memórias no ato de comer tem para nos ajudar a tomar melhores decisões alimentares. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira (12) no Journal Hippocampus e mostra que a comida ativa neurônios específicos na região do hipocampo dorsal, área do cérebro relacionada à memória episódica.
Esse tipo específico de memória diz respeito às lembranças autobiográficas. Por exemplo, por meio dela, você pode lembrar onde estava e com quem estava no dia do seu aniversário. Ela é diferente da memória semântica, aquela que trabalha com conceitos e ideias não necessariamente relacionados à experiência pessoal direta.
Os cientistas da Universidade de Georgia acreditam que usamos a memória episódica para fazer decisões sobre nossa alimentação. Por exemplo, quando dizemos: “Não vou almoçar agora porque lembro que comi bem no café da manhã.”
De fato, experimentos em ratos citados no estudo mostram que, ao temporariamente inativar a memória episódica dos animais, eles voltaram a comer porque não lembravam o que tinham comido.
No estudo, os pesquisadores perceberam que, ao comer, participantes aumentavam a expressão do Arc, um indicativo da plasticidade sináptica.
A plasticidade sináptica diz respeito a mudanças que os neurônios fazem no modo como se comunicam. Isso pode acontecer por danos ao cérebro, no processo de aprendizagem ou na formação de memórias, como no caso estudado.
Importante não desviar a atenção na hora de comer
O achado mostra a importância da memória na formação de uma dieta saudável. Estudos mostram que fazer qualquer coisa que desvia a atenção do alimento na hora de comer leva à ingestão maior de comida e também a um consumo maior de alimentos na próxima refeição. Assistir televisão ou ficar na internet são exemplos desse tipo de desvio.
A pesquisa também cita que a obesidade está relacionada a um maior número de refeições por dia, o que poderia indicar uma falha na memória episódica. Crianças e adultos, nas últimas três décadas, também aumentaram o número de refeições diárias e obtêm a maior parte das calorias por meio de doces.
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