Após visita de dois dias ao Brasil, a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, disse em entrevista no Rio de Janeiro na quarta (24) que a epidemia de zika ainda deverá piorar antes que o número de casos comece a cair. Ela revelou também que não ficaria surpresa com o surgimento de relatos de microcefalia em outras partes do Brasil. A informação foi divulgada pela agência Reuters. Atualmente, o maior número de casos de zika e de microcefalia está concentrado em Pernambuco e na Paraíba.
Chan visitou a Fundação Oswaldo Cruz na companhia do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e diretora da Organização Panamericana de Saúde, Carissa Etienne. Ela estava vestindo a camiseta que ganhou da presidente Dilma estampada com a frase “Zika Zero, um mosquito não é maior que um país inteiro.”
A médica sanitarista procurou também demonstrar confiança nos esforços feitos pelas autoridades brasileiras para conter o avanço do vírus zika e nas medidas de prevenção relativas aos Jogos Olímpicos, de 5 a 21 de agosto no Rio de Janeiro. Ela lembrou que o país tem experiência em organizar eventos de massa.
“Vocês terminaram recentemente o Carnaval e há dois anos sediaram a Copa do Mundo. Nossos especialistas [da OMS] têm se reunido com o governo e o Comitê Olímpico local, para desenvolver um plano sólido de controle de vetores [o mosquito, no caso do zika]”, disse Chan. “O governo brasileiro e o Comitê Olímpico se comprometeram a trabalhar juntos para garantir que os Jogos sejam agradáveis para os participantes, os visitantes e os atletas”, disse Margaret.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, ressaltou que não há preocupação especial com a disseminação da doença durante a Olimpíada porque a tendência é de queda na infestação de mosquitos transmissores da dengue e da zika no período dos Jogos devido ao clima mais frio e menos chuvoso.
“O período de maior população de mosquitos são os meses de março e abril. Em maio, [o número deles] começa a declinar e em julho e agosto chega a níveis basais. Este ano, está sendo feito um esforço [de combate] pelos governos federal, estaduais e municipais, mais o envolvimento da sociedade, como nunca houve em nenhuma época”, admitiu o ministro.
Castro disse esperar que, dentro de dois anos, já esteja disponível para a população uma vacina contra a dengue e, em de três anos, uma vacina contra a zika.
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