Em face da proximidade das Olimpíadas no Rio de Janeiro (5 de agosto a 18 de setembro desse ano), a Organização Mundial da Saúde publicou um texto informativo para turistas e atletas com cuidados que devem ser tomados em relação à epidemia de zika no País. As medidas divulgadas pela entidade são rigorosas e envolvem a abstenção de sexo e “evitar regiões pobres, muito populosas e sem água encanada”.
Apesar de dizer que ainda não é consenso científico a relação do zika com a microcefalia (alguns estudos, entretanto, dizem que sim), a entidade desaconselhou a viagem ao Brasil para gestantes. A OMS diz ainda que parceiros dessas mulheres que vierem ao Brasil devem usar preservativos durante toda a gestação ou abster-se.
No mais, a OMS não deu nenhuma orientação a mais do que já é dito desse o início da epidemia: defendeu o uso de preservativo para todos, a escolha por lugares com ar condicionado (já que janelas abertas podem permitir a entrada do mosquito), orientou o uso de repelentes e a maior quantidade de roupas possível (de preferência, claras).
Além da picada do Aedes, a OMS também frisou que o zika pode ser transmitido sexualmente. Disse, entretanto, que o zika promove sintomas leves e que a maioria das pessoas não chegam a apresentar quaisquer sintomas. A entidade também citou a relação do zika com a síndrome de Guillain-Barré (doença neurológica grave, que pode levar à paralisia e à morte).
Cancelamento dos jogos?
Internacionalmente, especialistas chegaram a aconselhar que o Brasil cancelasse os jogos. O medo é que o vírus se espalhe mundialmente. Esse artigo no “Harvard Public Health Review” diz que “os jogos deveriam ser adiados, serem feitos em outro lugar ou ambos”. O texto diz que a cepa viral no Brasil é nova e mais perigosa que a descoberta há 70 anos.
“Inevitavelmente o zika vai se espalhar pelo mundo. Uma estimativa de 500.000 turistas estrangeiros vão ao Rio para os jogos e serão, potencialmente, infectados. Com a infecção, vão retornar a suas casas, e lá, mosquitos locais e a transmissão sexual podem estabelecer novos surtos.”
O artigo defende que a continuação dos jogos vão na contramão dos princípios das Olímpiadas e questiona a responsabilidade social do evento em face da epidemia.
“O Comitê Olímpico Internacional escreve que ‘As Olimpíadas procuram criar responsabilidade social e respeito pelos princípios éticos fundamentais universais”. O quão responsável socialmente ou ético é espalhar doença pelo mundo?
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