Um banco de dados com imagens de pacientes com lesões características do câncer pode ajudar a acelerar a fila do diagnóstico do melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele.
O sistema foi desenvolvido por David Antônio Sbrissa, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo, com os professores Gonzalo Travieso, Cristina Kurachi, Vanderlei Salvador Bagnato e Luciano da Fontoura Costa.
O melanoma surge quando as células produtoras de melanina (responsáveis pela coloração da pele) sofrem danos e invadem os órgãos do corpo. Isso leva ao desenvolvimento de manchas e de alterações que podem acarretar coceira e sangramento.
Como as manchas características são semelhantes a outras desenvolvidas pela pele humana, o diagnóstico do melanoma só pode ser feito por meio da biópsia. O número de profissionais, no entanto, é reduzido e a fila de espera no sistema público pode levar meses, tempo que favorece a evolução da doença.
A fotografia como diagnóstico
Para analisar as imagens de possíveis casos da doença e encurtar a fila da biópsia, os pesquisadores do IFSC criaram um banco de imagens que é regularmente atualizado com fotos de lesões cedidas por médicos.
Essas imagens são utilizadas como base para as análises das fotografias dos pacientes. Esse processo de comparação de imagens só é possível porque as manchas causadas pelo melanoma têm características únicas, como bordas irregulares, colorações diferenciadas e um diâmetro maior do que as manchas comuns.
Numa velocidade que só o sistema computacional poderia alcançar, as imagens do paciente que requer o diagnóstico são comparadas com as existentes no banco de dados.
Desse modo, explicam os pesquisadores, é possível ter um diagnóstico e diminuir a fila de espera para o exame. Outra vantagem do sistema é a possibilidade de se iniciar imediatamente o tratamento, que tem mais chances de sucesso quando feito nos primeiros estágios da doença.
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