Fumantes homens são até 3,6 vezes mais propensos a perder seus dentes que não-fumantes e mulheres que fumam têm 2,5 vezes mais chance de passar pela mesma condição.
O estudo, feito na Alemanha e no Reino Unido, foi publicado nesta segunda-feira (14) no Journal of Dental Research e tem por base o prontuário de 23.376 indivíduos.
Além dos resultados que indicam maior perda dentária entre fumantes, pesquisadores também analisaram a ocorrência da condição em diferentes faixas etárias.
A associação entre o ato de fumar e a perda dos dentes foi maior entre os mais jovens. Os dados também demonstraram ser a relação proporcional ao quanto se fuma. Quanto mais dependente o usuário, maior o risco.
Por que a perda dos dentes é maior entre fumantes
No mundo, cerca de 30% de todas as pessoas com idade entre 65 e 74 anos já perderam todos os dentes naturais. Segundo o professor Thomas Dietich, da Universidade de Birmingham (Reino Unido), a principal causa da perda dos dentes é a cárie e a periodontite crônica.
A cárie é um buraco no dente, um sinal de que ele está deteriorando; e a periodontite é uma evolução da gengivite, a inflamação da gengiva.
Ambas são causadas pelo acúmulo de placa (resíduos de comida e saliva que aderem ao dente).
A placa, por sua vez, favorece a proliferação de bactérias que levam à cárie e à periodontite.
“Nos fumantes, entretanto, há maior fator de risco para a periodontite, o que explica o fato deles perderem os dentes mais cedo e mais rápido que os não-fumantes”, explica Dietrich.
O especialista explica que o fumo pode mascarar o sangramento da gengiva, um sintoma-chave da periodontite.
A gengiva, assim, parece mais saudável do que ela realmente é, o que faz com que o usuário demore a procurar tratamento.
“A boa notícia é que quem para de fumar volta a ter o mesmo risco de perda dentária que um não-fumante”, avalia o pesquisador.
“Como o sangramento da gengiva é um dos primeiros efeitos adversos do cigarro, o fumante também pode evitar danos maiores como o risco cardiovascular e o câncer de pulmão”, avalia Heiner Boeing, do Instituto Alemão de Nutrição Humana.
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