O Instituto Butantan oficializa esta quarta-feira (29) a inauguração de seu novo braço de pesquisa, que ocupará prédio onde ficava o Paço das Artes, na Universidade de São Paulo. No novo espaço, o instituto sediará o “Grupo de Ações Rápidas para Doenças Emergentes (GARDE – IB)”, nova unidade de pesquisa da instituição. O prédio, que já pertencia ao Butantan e estava cedido ao Paço, foi reintegrado a partir de acordo entre as secretarias estaduais de Saúde e Cultura.
Atualmente, o escritório do Paço das Artes funciona de forma temporária no MIS, onde exibirá ao longo do ano exposições da Temporada de Projetos 2016 e Residência Curatorial. Paralelamente, a instituição apresenta a exposição ISSOÉOSSODISSO, de Lenora de Barros, entre 30 de abril e 30 de julho de 2016 na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Não há previsão para uma outra sede para o espaço.
Doenças emergentes
O novo espaço do Instituto Butantan cuidará de doenças emergentes, aquelas cuja incidência em humanos aumentou nos últimos anos. A maioria dessas infecções são de origem viral, como o zika. Os vírus têm alto poder de mutação e podem se adaptar a novas condições. O influenza é um exemplo clássico de vírus associados ao quadro de doenças emergentes.
Pelo seu alto poder de adaptação e mutação, essas doenças necessitam de investimento constante, com vigilância para acompanhar suas modificações no espaço demográfico. A prevenção e o controle também são fundamentais para impedir que os novos agentes se espalhem.
Parceria internacional
O Instituto Butantan também fechou parceria internacional para o desenvolvimento de uma vacina contra o Zika vírus. A instituição receberá investimento de 3 milhões de dólares da Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA), órgão do Ministério da Saúde dos Estados Unidos. Os recursos serão investidos em equipamentos e insumos para o desenvolvimento da vacina contra a doença.
Segundo Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan, em nota da assessoria da Secretária Estadual de Saúde, o Butantan já vem trabalhando no desenvolvimento de uma vacina de vírus inativado. Este tipo de vacina tem desenvolvimento científico e tecnológico mais rápidos e, por usar vírus não infectante, tem aprovação pelos órgãos reguladores, como Anvisa, facilitada”.
Atualmente, a instituição está testando o vírus inativado em roedores. Nos últimos meses, os pesquisadores do Instituto trabalharam no processo de cultura, rendimento, purificação e inativação do vírus em laboratório. Os próximos passos envolvem testes de toxidade do produto em animais e análise de uma área industrial para a produção da vacina. A expectativa é que a vacina possa estar disponível para os primeiros testes em humanos em 2017.
*Com Secretária Estadual de Saúde e Fundação Oswaldo Cruz.
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