Uma em cada três pessoas no mundo não possui alimentação adequada, informa a Organização das Nações Unidas por meio da FAO (Food and Agriculture Organization), seu braço da agricultura. Ainda, a má nutrição custa US$ 3,5 trilhões por ano ao mundo e nenhum país – seja ele rico ou pobre – está ileso ao fenômeno.
Segundo a entidade, os problemas nutricionais não envolvem apenas as dietas pobres em nutrientes de populações menos favorecidas – e inclui fenômenos como o alto consumo de açúcar, alimentos industrializados e a obesidade. O anúncio da FAO foi feito em simpósio da entidade em Roma, na Itália, que ocorreu até sexta-feira (2).
Mais de 2 bilhões de pessoas no globo têm alimentação inadequada e 150 milhões de crianças com menos de cinco anos têm o desenvolvimento afetado por dietas pobres. Na outra ponta, 1,9 bilhão de indivíduos estão acima do peso e, desse número, 600 milhões são obesos.
“Nenhum País está imune à má nutrição”, disse José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO. Em sua apresentação, Graziano afirmou ainda que o fenômeno é um problema de saúde pública e uma responsabilidade do Estado. Também Francesco Branca, diretor da área de nutrição da Organização Mundial da Saúde, enfatizou que a alimentação inadequada é um desafio para todo o mundo. “Seja o nanismo, o desperdício, a anemia ou obesidade.”
Acabar com a má nutrição no globo é um dos pilares da agenda sustentável da ONU, que estabeleceu diversos objetivos globais para melhorar a qualidade de vida das populações até 2030. Entre as metas está, por exemplo, acabar com a epidemia de infecções por HIV.
“Com a liderança dos países-membros, da sociedade civil e a aliança com o setor privado, nós podemos coletivamente, em um curto espaço de tempo, provocar mudanças que vai melhorar a nutrição de todos”, disse Margaret Chan, diretora da Organização Mundial da Saúde, por meio de Francesco Branca, que a representou no simpósio da FAO.
O evento reuniu especialistas e países-membros para pensar iniciativas para eliminar a má nutrição, fenômeno que, segundo a entidade, “pode deixar gerações presas em ciclos infinitos de pobreza e problemas de saúde.”
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