Mais de 6 mil são a favor da liberação da fosfoetanolamina sem registro

Em consulta pública realizada pelo E-cidadania, portal de participação pública ligado ao Senado, mais de 6.200 brasileiros disseram ser a favor da liberação do uso e comércio da fosfoetanolamina para o câncer, mesmo sem o composto ter passado por todos os testes clínicos necessários para obter registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os dados foram computados até esta quinta-feira (17). Cerca de 6.400 pessoas votaram.

Na consulta, pouco mais de 160 pessoas afirmaram ser contra a liberação, que é defendida pelo projeto de lei de 9 de março desse ano, com origem na Câmara Federal. A ferramenta não tem valor de pesquisa científica e não pode ser considerada representativa da opinião de todos os brasileiros, mas demonstra que há, pelo menos, um forte ativismo em torno da liberação.

Fosfoetanolamina poderá ser liberada para pacientes com tumores graves, mesmo sem registro na Anvisa. Eles devem assumir a responsabilidade. Foto: Agência Brasil
Fosfoetanolamina poderá ser liberada para pacientes com tumores graves, mesmo sem registro na Anvisa. Eles devem assumir a responsabilidade. Foto: Agência Brasil

Aprovado na Câmara há menos de duas semanas, o projeto que libera o uso da chamada pílula contra o câncer, também já foi aprovado nas duas comissões temáticas do Senado (Comissão de Assuntos Especiais e Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação).

Agora, o projeto segue para votação no plenário da Casa, onde tem prioridade. A expectativa é que a votação ocorra na semana que vem. Para ser lei, no entanto, o PL ainda precisaria da sanção presidencial.

O projeto estabelece que pacientes de cânceres em estágios avançados tenham a opção de escolher pelo tratamento. A polêmica, no entanto, incide sobre o fato de que a droga não passou por todos os testes clínicos necessários para demonstrar sua eficácia e segurança –embora estudos em camundongos tenham evidenciado resultados antitumorais iniciais.

A Anvisa já disse ser contra o projeto e manifestou que ele fere a credibilidade da agência, de todos os medicamentos do País, além de colocar toda a saúde da população em risco. Várias entidades, como a Academia Brasileira de Ciências, também já se manifestaram contra a liberação e disseram não haver justificativa para que se acelerem os testes ou se aprovem o uso da droga sem estudos clínicos detalhados.

Já a argumentação central do projeto de lei, no entanto, diz que o paciente deve assumir os riscos do tratamento experimental e assinar termo de responsabilidade. Também a liberação da terapia estaria reservada aos casos avançados, quando há poucas ou nenhuma opção.

Atualmente, a fosfoetanolamina está sendo estudada no Estado de São Paulo, no Instituto do Câncer (ICESP), sob o comando do oncologista Paulo Hoff. O anúncio dos testes foi feito em dezembro de 2015 e a previsão divulgada na época era que, em seis meses, seria possível ter os primeiros resultados sobre uma possível (ou não) eficácia da droga.

 


Comentários

6 respostas para “Mais de 6 mil são a favor da liberação da fosfoetanolamina sem registro”

  1. Avatar de Marcelo Fabiano Leandro
    Marcelo Fabiano Leandro

    É uma absurdo a ANVISA não querer que liberem essa substancia para uso compassivo. Já foi provado que não é prejudicial a saúde, pois Carlos kenned homem que fabricou, distribuiu e curou muitas pessoas afirma ter tomado por 5 anos para testar seu efeito e não teve efeito colateral nenhum e ele não tem câncer. Então minha opinião é puro interesse financeiro dos órgãos que liberam os medicamentos.

  2. Avatar de ILSON ROGERIO MUNHOZ
    ILSON ROGERIO MUNHOZ

    Para a ANVISA.. Se o Paciente ou Responsavel assinam termo de responsabilidade, só interesses financeiros justificam a oposição ao PL. Para aas demais autoridades contrarias, que tal serem responsabilizados pelas mortes causadas pelo cancer.. Uma vez que esses tratamentos convencionais trazem uma falsa cura ou cura temporária. a Fosfoetalonamina seria uma esperança a quem ja esta condenado pela doença. Então quem causa mais perigo aos pacientes, a “fosfo” ou o cancer. LIBERAÇÃO JÁ….

  3. Tem que liberar!!!! Não podemos tirar a última esperança que temos por causa de interesses financeiros.
    Pense se fosse você ou uma pessoa da família.

  4. Não é justo que por interesses financeiros, nós doentes de câncer não temos mais uma opção de viver….libera pelo amor de Deus…é uma luz no fim do túnel, pra quem não tem mais esperança!!!!

  5. Avatar de delairbrumatti
    delairbrumatti

    Concordo plenamente com você. Vista que a própria USP quis que os pesquisadoes pasasse a patente pra eles. Qual seria o interese? Estranho não!

  6. Avatar de Amilcar Roque
    Amilcar Roque

    Diante de todos os fatos,: câncer incurável, ineficácia dos tratamentos convencionais ultrapassados, que não servem para nada a não ser judiar dos doentes e liquidá-los aos poucos comprovadamente. Por outro lado tendo um produto que a mais de 20 anos foi desenvolvido, e vem sendo utilizado com sucesso, não tem toxicidade, sem efeitos colaterais, de baixo custo, só quem tem pouco discernimento ou outros interesses escusos é que pode ser contrario.

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