Médicos residentes de hospitais públicos de São Paulo estão em greve em todo o Estado. Desde sexta (11), profissionais do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estão parados. Nesta quinta-feira (17), será a vez dos profissionais do Hospital São Paulo, instituição vinculada à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Também médicos residentes do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo já comunicaram à administração do hospital sobre a paralisação que ocorrerá na sexta-feira (18). Ao todo, 6 hospitais do Estado devem parar ainda essa semana.
O atendimento só voltará ao normal, afirmam os profissionais, após a incorporação de reajuste. Residentes aguardam há oito meses um incremento de 11,9% aprovado esse ano.
Segundo a Ameresp (Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo), todos os residentes do Brasil já tiveram o reajuste incorporado ao pagamento – menos os profissionais do Estado de São Paulo.
O aumento foi conseguido após greve realizada em 2015. Após a paralisação, Ministério da Educação publicou uma portaria com o reajuste em março de 2016 – o último havia sido feito em 2013. A greve dos residentes afeta principalmente o atendimento ambulatorial dessas instituições com paralisação de consultas agendadas. O atendimento de emergência, segundo a associação, será mantido.
Em vídeo explicativo postado no Facebook, Kátia Regina Marchetti, residente do 1 ano de oncologia clínica do Hospital das Clínicas da USP e presidente da Amerusp (Associação dos Médicos Residentes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), diz que a associação tentou diálogo por diversas vezes com Geraldo Alckmin, governador do Estado, e David Uip, secretário de Saúde.
“O governador se recusou a nos receber e o secretário foi irredutível em todas as nossas conversas. Disse que não teria como pagar, que não tinha solução para o nosso problema.”
A residente diz que também foi tentada uma via jurídica. “O juiz não acatou a liminar por considerar o reajuste um valor irrisório”, afirma. Kátia explica também que uma outra ação da Ameresp foi finalizada sem ser julgada.
Hoje, médicos residentes recebem R$ 2.976,26. Com o reajuste de 11,9%, o valor passa para R$ R$ 3.330,43. O valor cobre a inflação de 2014 e inclui o percentual dado aos servidores públicos federais em 2016 (5,5%).
“A gente quer deixar bem claro que essa é uma greve séria, que a pauta é única, que a gente quer receber o aumento e só saíremos da greve quando a gente receber o retroativo e o valor já reajustado daqui em diante”, diz a médica.
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