Um programa inovador de saúde nos Estados Unidos aplicado nas escolas têm ajudado adolescentes a obterem alívio da depressão grave e da obesidade. Os resultados do método desenvolvido na Universidade de Ohio (EUA) serão publicados na edição de dezembro do Journal of School Health.
A pesquisa teve por base o COPE (sigla em inglês para Criando Oportunidades para o Emponderamento Pessoal). Basicamente, o programa ensina adolescentes que o modo como eles pensam pode afetar a saúde e mostra como transformar crenças negativas em atitudes que contribuem para comportamentos mais benéficos.
O método tem por base a terapia cognitivo-comportamental, um tipo de terapia, grosso modo, focado na prática. O objetivo primordial da técnica é transformar hábitos e atitudes considerados prejudiciais à saúde física e mental.
Criado pela enfermeira Bernadette Melnyk, professora da Universidade de Ohio, o programa é uma adaptação da tradicional terapia, que é feita somente por psicólogos em longas sessões individuais. No COPE, a ideia é que qualquer profissional possa ser capaz de orientar os adolescentes. Melnyk começou a pensar no método na sua prática como enfermeira psiquiátrica na pediatria há mais de 20 anos.
Alunos aprenderam a lidar com o estresse e a raiva
Para verificar a eficácia do método, a equipe selecionou 779 adolescentes do ensino médio em 11 escolas dos Estados Unidos. Metade dos participantes foi direcionado a um programa de saúde com orientações básicas sem a terapia; já o restante dos recrutados, foram enviados ao COPE.
Os alunos do grupo COPE tinham sessões que combinavam técnicas de terapia cognitivo-comportamentais com aulas de nutrição e 20 minutos de alguma atividade física, como a dança, a caminhada ou movimentos de kick-boxing.
Após 12 meses do programa, apenas 4,8 % dos adolescentes do COPE que estavam na categoria de peso saudável se mudou para o nível de sobrepeso e nenhum mudou-se para a categoria de obeso. Em comparação, 10% dos estudantes que estavam no grupo sem as técnicas da terapia, mas com orientações sobre nutrição e atividade física, mudou para categoria de obeso e de sobrepeso.
Também os comentários gerais sobre o método mostraram que ele foi capaz de ajudar adolescentes a lidar eficazmente com a raiva e o estresse. “Muitos alunos não recebem tratamento para depressão e menos ainda são aqueles que recebem técnicas baseadas na terapia cognitivo-comportamental”, diz Melnyk.
Ela explica que uma das vantagens do método é o fato dele poder ser usado por qualquer profissional de saúde, o que aumenta a probabilidade de que outras escolas façam uso dele. No estudo, esses resultados foram alcançados com os professores de saúde participando de um workshop de apenas um dia do COPE.
Deixe um comentário