Um painel de especialistas da Fundação Nacional do Sono (NSF), nos Estados Unidos, lançou agora em janeiro um documento com diretrizes para os indicadores-chave de uma boa qualidade do sono. O relatório é especialmente relevante para quem utiliza aplicativos que monitoram o repouso noturno e pode ser útil para a interpretação de resultados.
Para estabelecer os indicadores, a NSF fez uma revisão sistemática de mais de 277 estudos sobre o tema. Especialistas receberam os artigos e, por meio de três rodadas de votações, os critérios foram listados.
O documento também é uma mudança de paradigma na maneira com que a medicina lida com o sono. Agora, no lugar de somente identificar casos extremos de privação e patologias, pesquisadores querem definir o que é a saúde do sono para ajudar todas as pessoas a melhorar seus indicadores.
“No passado, definimos o sono por seus resultados negativos, o que foi útil para a identificação de patologias. Mas isso não é toda a história”, observou Maurice Ohayon, diretor do Stanford Sleep Epidemiology Research Center, nos Estados Unidos, em nota.
Os indicadores de sono contínuo incluem:
– Dormir mais tempo enquanto estiver na cama (pelo menos 85% do tempo total);
– Adormecer em 30 minutos ou menos;
– Acordar não mais do que uma vez por noite;
– Se despertar durante a noite, não permanecer mais de 20 minutos acordado.
Esses critérios ajudam, por exemplo, a se ter uma melhor leitura de aplicativos como o Sleep Better e o Sleep Cycle. Embora os pesquisadores não tenham analisado a eficácia dos apps especificamente, essas ferramentas medem, por exemplo, quanto tempo de cama foi destinado ao sono efetivamente, dentre outros dados.
“Milhões de americanos são usuários dessas tecnologias [apps que monitoram o sono]. Isso permite com que hoje se possa medir todo um conjunto de dados sobre o sono, antes inacessíveis”, pontuou Max Hirshkowitz, presidente do Conselho de Administração da NSF, em nota.
Segundo dados da NSF, 27% das pessoas demoram mais de 30 minutos, em média, para conseguir dormir adormecer. O relatório também destaca as áreas em que mais estudos são necessários. Uma delas é a avaliação de indicadores de boa qualidade do sono entre diversos grupos etários.
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