O que torna as pessoas mais responsáveis socialmente?

Se você acredita que pode fazer diferença e se sente conectado a outras pessoas, maior a probabilidade de você ser socialmente responsável, mostra estudo publicado no Journal of Environmental Psychology. A pesquisa foi feita por Natalia Karelaia, pesquisadora da INSEAD, escola de negócios global com campus na França, Cingapura, Oriente Médio e com parcerias com instituições no Brasil e nos Estados Unidos.

Para chegar a essa correlação, Karelaia estudou os hábitos de consumo de mais de 600 adultos nos Estados Unidos. Ela procurava compreender como valores sociais podem estar relacionados com a conexão com outras pessoas. 

A pesquisadora constatou que indivíduos são mais socialmente responsáveis quando percebem que fazem a diferença e, por sua vez, essa sensação de “fazer a diferença” ocorre quanto mais conectados socialmente eles estão.

Segundo a pesquisa, pessoas mais socialmente conectadas revelaram maior tendência, por exemplo, a reciclar o lixo e a ter um consumo mais consciente, como boicotar produtos que causam danos ao meio ambiente.

Valores sociais dos entrevistados, que foram medidos pelas respostas a respeito de determinados comportamentos (para dizer se eram considerados moralmente apropriados ou não), revelou-se um fator menos relevantes. Segundo a autora, embora valores sejam importantes, é a crença no impacto que é mais decisiva na mudança de comportamento.

Pessoas são mais responsáveis socialmente quando percebem que fazem a diferença e são conectadas umas às outras. Foto: Creative Commons 0/Public Domain
Pessoas são mais responsáveis socialmente quando percebem que fazem a diferença e são conectadas umas às outras. Foto: Creative Commons 0/Public Domain

Outros experimentos reforçaram o achado

Além das entrevistas, a pesquisadora fez um outro estudo para avaliar se, de fato, a conexão social leva a decisões mais conscientes socialmente. Ela recrutou 39 estudantes e propôs dois exercícios: parte dos estudantes descreveu uma situação em que comprava presente para alguém, enquanto os outros descreveram situações em que presenteavam a si próprios. 

Reforçando os achados iniciais, Karelaia viu que as pessoas do primeiro grupo se sentiram mais inclinadas a acreditar que suas ações têm capacidade de fazer a diferença.

Em mais um trabalho, o terceiro, 132 adultos nos EUA completaram a mesma tarefa do estudo anterior (escrever sobre um presente dado a si ou a outrem). Em seguida, numa tarefa aparentemente não relacionada, os participantes foram solicitados a prestar assistência a uma organização não-governamental (ong). Os voluntários foram informados de que os pesquisadores que conduziam o estudo apoiavam as ações da ong EarthAction e precisavam de ajuda para desenvolver slogans que seriam usados para encontrar patrocinadores. 

Os participantes foram convidados a escrever de 1 a 5 slogans. Aqueles que se sentiam mais conectados aos outros, escreveram mais slogans que aqueles que não demonstraram conexão. Os participantes também foram convidados a fazer uma doação financeira – e o mesmo padrão foi observado.


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