Difícil de acreditar, mas uma nova pesquisa da McMaster University, em Ontario, no Canadá, sugere que fazer exercícios com pesos mais leves com mais repetições é tão eficiente quanto treinos mais pesados, feitos com menos repetições. O estudo é parte de uma série de outros que começaram a contrariar o senso comum sobre treinos – de que só pesos mais pesados contribuem para músculos mais fortes.
O diferencial, segundo Stuart Phillips, um dos autores do estudo, é a exaustão: se o treino for feito até o praticante ficar bem cansado e exausto, não importa muito se o peso era leve ou pesado. Os achados foram publicados no Journal of Applied Physiology.
Pesquisadores recrutaram dois grupos de homens para o estudo – todos experientes levantadores de peso. Os praticantes seguiram um protocolo de 12 semanas de treino de corpo inteiro. Um grupo levantou pesos mais leves em repetições que variaram de 20 a 25. O outro grupo levantou pesos mais pesados, com repetições de 8 a 12. Os dois grupos levantaram os pesos até o ponto de fadiga.
A análise de amostras de músculo e osso revelou que os ganhos de massa muscular e o tamanho das fibras musculares, uma medida-chave de força, eram praticamente idênticos em ambos os grupos.
O estudo, dizem pesquisadores, mostra uma forma eficaz de ficar mais forte e melhorar a saúde. “Para o ‘mero mortal’ que quer ficar mais forte, nós mostramos que é possível fazer uma pausa de levantamento de pesos pesados e não comprometer os ganhos”, diz Phillips, em nota sobre o estudo.
Testosterona não ajuda no curto prazo
Outro achado importante do estudo foi que o crescimento da força não estava relacionado à testosterona ou ao hormônio de crescimento, que muitos acreditam serem os responsáveis por esses ganhos.
“É uma falsidade completa que o aumento de curta duração da testosterona ou do hormônio do crescimento contribui para crescimento muscular”, disse Robert Morton, primeiro autor do estudo, em nota. “É hora de acabar com esse tipo de pensamento.”
Para chegar a esses resultados do estudo, os pesquisadores isolaram outras variáveis que poderiam influenciar no resultado, como a dieta. Eles enfatizam, no entanto, que o estudo precisa ser reproduzido em diferentes populações e etnias para saber se os achados se replicam.
Fonte: Neither load nor systemic hormones determine resistance training-mediated hypertrophy or strength gains in resistance-trained young men, no Journal of Applied Physiology.
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