Violência sexual contra mulheres nas universidades será discutida hoje no Senado

A violência sexual contra mulheres nas universidades brasileiras será tema de audiência pública da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, a se realizar na tarde desta  terça-feira (10), às 14h30. A iniciativa é da relatora da comissão, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Segundo dados da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, uma mulher é vítima de estupro a cada 12 segundos no país.

“Essa é a situação violenta os direitos humanos das mulheres. Precisamos elaborar propostas e estratégias para enfrentar essa grave problemática”, diz Luizianne.

Discussão retomará casos de estupro em universidades. Foto: Ingimage
Discussão retomará casos de estupro em universidades. Foto: Ingimage

O tema deverá ser discutido por 12 convidados. Entre eles, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante e os reitores das Universidades de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB), Carina Vitral, que é a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em audiência na Assembléia Legislativa em SP realizada há um ano, alunas da USP denunciaram estupros em festas da Medicina

No dia 11 de novembro de 2014, duas alunas da Faculdade de Medicina da USP (Fmusp) relataram estupros sofridos em festas promovidas por alunos da instituição na capital. 

Foi a primeira vez que as alunas falaram publicamente. Antes, havia apenas denúncias anônimas. Uma estudante do 4.ºano, de 24 anos, afirmou que sofreu dois estupros em 2011 em festas organizadas pela Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC). Um dos ataques teria ocorrido na semana dos calouros. A jovem contou ainda que na época não teve coragem de contar o ocorrido a ninguém. O segundo episódio aconteceu durante a festa Carecas no Bosque, em 2011, quando a jovem foi estuprada por um funcionário terceirizado da Universidade. Outra estudante contou ter sido estuprada em 2013, durante a festa Cervejada, também da Medicina. Ambas preferiram permanecer no anonimato com medo de perseguições.   

À Assembléia Legislativa de São Paulo, as estudantes reclamaram da falta de apuração dos casos. Os estudantes ouvidos na audiência pública, a violência sexual é “internalizada” na cultura da Fmusp logo no primeiro ano. Cenas divulgadas na rede mostraram rapazes cantando um hino que faz apologia ao estupro e também à homofobia. No final de agosto de 2015, foi instaurado inquérito para apurar denúncias sobre trotes violentos e violação dos direitos humanos em festas pela promotora Paula Figueiredo Silva. “Queremos fortalecer os mecanismos de apuração da repressão. A universidade não deve apenas dar o ensino técnico, mas formar o cidadão”, disse a promotora na audiência pública.

A mulher nos “pancadões”

Antes do debate sobre violência sexual nas universidades, a comissão deve votar três requerimentos. Um deles é de autoria da deputada federal Keiko Ota (PSB-SP) e solicita providências da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo contra atos de violência registrados em bailes funk na periferia de São Paulo.

“Por mais de dois meses, o Jornal da Globo percorreu bailes funk de São Paulo, mais conhecidos como ‘pancadões’. A equipe de reportagem encontrou adolescente usando drogas, bebendo e fazendo sexo e sendo violentadas no meio da rua em imagens que se multiplicam nas redes sociais”, afirmou Keiko Ota, vice-presidente da comissão.

COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR

Participe: 
http://bit.ly/audienciainterativa

Portal e-Cidadania:
www.senado.gov.br/ecidadania

Alô Senado (0800-612211) 

 

 


Nos EUA, direção de universidade renuncia após ser acusada de reagir de forma fraca à denúncias de racismo

Ansa 

A polêmica causada pela inércia da direção diante de casos de racismo na Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, resultou na renúncia do presidente da instituição, Tim Wolfe, e de seu chanceler, Bowen Loftin.

A direção da universidade foi acusada de responder de forma fraca a incidentes racistas registrados nos últimos meses. A situação ganhou projeção internacional quando a equipe de futebol americano boicotou jogos para chamar atenção para o caso. Durante meses, grupos de estudantes negros reclamaram que Wolfe se mostrava insensível diante de denúncias de racismo no campus — que tem sua maioria de alunos brancos — e um grupo chegou a fazer greve de fome.

Wolfe reconheceu a inércia e disse que “o racismo existe em nossa universidade e é inaceitável”. Com a demissão de Loftin, no entanto, ele também decidiu deixar o cargo.

“A frustração e o enfado que vejo são reais. Não duvido nem por um segundo. O professorado e os funcionários da universidade expressaram isso”, disse Wolfe, em coletiva de imprensa.

As denúncias de casos de racismo enfrentados diariamente por alunos negros no sistema educacional de Missouri ganharam força após o assassinato de Michael Brown em Ferguson, nas proximidades de Saint Louis, em 2014.

A morte do jovem por um policial branco causou uma onda de protestos por diversos estados norte-americanos, que acusam a Polícia de discriminar os jovens negros.

A Universidade de Missouri agora planeja lançar uma série de iniciativas pedindo uma maior inclusão social. A instituição irá escolher um responsável pelos assuntos relacionados à diversidade e outro para tratar questões de igualdade racial.


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