Acre teme entrada de ebola por suas fronteiras

Foto: EC/ECHO
Médicos passam por procedimento em Serra Leoa. Foto: EC/ECHO

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Acre admite: está temerosa de que o vírus ebola se espalhe pelo Estado pela facilidade com que africanos estão entrando no País por suas fronteiras. De acordo com a Polícia Federal, em 2013, cerca de 6 mil pessoas provenientes da África chegaram ao Brasil pelo Acre, a maior parte deles de Senegal. Este ano há a expectativa que este dado aumente. O temor acontece porque um jovem de Guiné-Conacri morreu na sexta-feira (29), em Dacar, na capital senegalesa, infectado pelo ebola. O rapaz burlou as fronteiras fechadas entre os dois países e conseguiu entrar no vizinho. Foi o primeiro caso do vírus contabilizado no país. “Há um temor. A nossa preocupação é com a facilidade que eles chegam ao continente e o pouco tempo de diferença: um africano demora, em média, cinco dias para sair da África e chegar ao Brasil. Não dá pra saber se ele está com ebola neste tempo”, afirma o secretário interino da pasta, Rucelino Araújo.

O governo do Acre pediu ajuda à Ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, depois de uma visita dela em um centro de atendimento de africanos, em Rio Branco. Segundo ela, o governo federal vai se pronunciar em até dez dias sobre que forma pode ajudar o Estado.  “A Organização Mundial da Saúde pediu procedimentos, o próprio Ministério da Saúde também, mas nós temos que ter uma ajuda no sentido de realizar tais atos e de forma mais organizada: falta-nos equipamentos adequados e locais de tratamento. Além disso, os africanos que chegam não entram em quarentena. Eles viajam até o Equador de avião e, de lá, se dividem, com alguns entrando no Brasil”, explica Rucelino.

No início do mês, a Secretaria de Assistência Social minimizou as chances de alguém infectado pelo vírus ebola chegar ao Brasil nas condições a que estão sujeitos os imigrantes que cruzam a fronteira terrestre com os países vizinhos, em busca de trabalho. Também na sexta-feira, o Ministério da Saúde fez uma simulação de resposta a um eventual caso de ebola em um turista estrangeiro, no Rio de Janeiro. 

Desde o ano passado, o ebola matou 1.554 pessoas na África Ocidental e na África Central, além de infectar outras 3.069. Na Guiné-Conacri, onde a epidemia foi registrada primeiro no início deste ano, as autoridades contabilizam 648 casos e 430 mortes. Na Libéria, são 1.378 casos e 694 mortes. Em Serra Leoa, o balanço é 1.026 casos e 422 mortes, enquanto na Nigéria há 17 casos, com seis mortos. Segundo agências de notícias, os profissionais de saúde do centro público de tratamento de ebola em Serra Leoa – um dos epicentros da doença – entraram em greve nesta segunda (1) para protestar sobre salários e más condições de trabalho.

Ebola na Europa

Neste domingo (30) um caso suspeito do vírus foi descoberto na capital da Suécia, Estocolmo, segundo o jornal Svenska Dagbladet, citando fontes do Ministério da Saúde local. Segundo a reportagem, a pessoa em questão chegou recentemente de uma área afetada pelo vírus e está em isolamento total em um hospital da cidade. No entanto, o periódico publicou nesta segunda (1) que, depois da análise do material biológico do paciente, foi constatado que ele não tinha ebola. “As amostras coletadas nos indicam que ele não está com a doença”, disse ao veículo o médico infectologista do Hospital Universitário Karolinska, Åke Örtqvist.

Com agências de notícias


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