A Amazônia está perdendo a sua capacidade de absorver o gás carbônico da atmosfera. Essa é a conclusão do mais amplo estudo já realizado sobre a floresta, conduzido pela Universidade de Leeds e publicado nesta quarta-feira (18) na revista científica britânica Nature.
Segundo os responsáveis pela pesquisa, a absorção líquida não apenas caiu pela metade em relação ao pico de 2 bilhões de toneladas de CO2 alcançado nos anos 1990, mas, pela primeira vez, a capacidade da Amazônia de sorver o gás está para ser superada pela emissão de combustíveis fósseis na América Latina.
Essa redução estaria diretamente ligada à crescente taxa de morte das árvores, número que, de acordo com os estudiosos, aumentou mais de um terço desde a metade da década de 1980. Além disso, a elevação da mortalidade das plantas pode ser efeito justamente da quantidade extra de CO2 na atmosfera, que após ter estimulado o crescimento das árvores, passou depois a acelerar a sua morte.
O estudo britânico compreende um período de mais de 30 anos e envolveu quase 100 pesquisadores internacionais e 200 mil plantas da floresta tropical.
“Os modelos sobre mudanças climáticas que incluem a resposta da vegetação presumem que, enquanto os níveis de gás carbônico continuarem a crescer, a Amazônia seguirá acumulando carbono. O nosso estudo, porém, demonstra que isso pode não acontecer”, explicou Roel Brienen, autor principal do trabalho.
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