Em um segmento dominado pelos grandes bancos como é o dos cartões de crédito, uma startup brasileira vem se destacando ao oferecer diferenciais como taxas menores e a possibilidade de gerenciar os seus gastos em tempo real diretamente pelo smartphone.
Lançada oficialmente em setembro de 2014, a Nubank possui atualmente uma fila de espera de cerca de 100 mil pessoas que querem ter o disputado cartão de crédito da empresa, instalada em um amplo escritório na zona oeste de São Paulo.
Mesmo com tanta gente na fila para ter o cartão, a Nubank registra uma taxa de crescimento de usuários que fica entre 30% e 40% ao mês em 2015, segundo afirma a cofundadora e vice-presidente de produtos da companhia, Cristina Junqueira, que não revela o número total de pessoas que possuem o cartão.
Como um smartphone é essencial para ter o cartão de crédito da Nubank, não espanta o fato de pessoas com até 35 anos e das classes A e B representarem a maioria da base de usuários da plataforma, disponível atualmente para os sistemas iOS e Android – uma versão para Windows Phone deve chegar até o fim do ano, segundo a executiva.
No entanto, a VP destaca que existem clientes de todas as idades e com diversas faixas de renda, já que não existe renda mínima para conseguir o cartão, com limites de crédito entre 700 reais e 10 mil reais. “Temos clientes que estão na faculdade e ganham cerca de 1 mil reais por mês, por exemplo.”
Até mesmo por possuir mais clientes jovens, o atendimento ao consumidor da Nubank é mais informal e com maior adesão pelos meios digitais, como chat e Twitter, com direito a emoticons e tudo mais – a empresa lembra que o SAC é todo feito internamente.
Análise de crédito
Para conseguir o cobiçado cartão de crédito, com bandeira Mastercard, o consumidor precisa ser aprovado em uma análise de crédito. O processo pode demorar desde um dia até três meses, dependendo do perfil da pessoa, o que vem causando reclamações nas redes sociais.
De acordo com a diretora do Nubank, a demora para dar uma resposta aos usuários que desejam ter um cartão não acontece por “falta de braço”, mas pelos modelos adotados atualmente no mercado. “Precisamos que os modelos evoluam”, afirma.
Com cerca de 80 funcionários atualmente, a empresa destaca que planeja aumentar esse número para 100 até o final do ano, para acompanhar o seu crescimento.
Empresa de tecnologia?
Apesar de a Nubank rivalizar diretamente com bancos, Cristina destaca que a companhia possui “DNA de tecnologia”. Para provar isso, cita o fato de possuir mais de 30 desenvolvedores, que desenvolvem tecnologias open-source internamente, e relembra que a companhia lançou o seu aplicativo móvel antes mesmo do site oficial entrar no ar.
Tarifas
Sem cobrar a temida anuidade ou tarifas por diferentes usos, o cartão de crédito da Nubank possui uma taxa de juros de 7,75% ao mês em caso de atraso no pagamento ou parcelamento do valor da fatura – de acordo com dados do Banco Central, a tarifa do Nubank é uma das mais baixas do país.
Essas tarifas menores são possíveis, em parte, justamente pela estrutura digital da companhia, que dispensa o atendimento presencial e permite que o usuário realize muitas funções, como bloquear o cartão em caso de roubo ou perda, diretamente pelo aplicativo para smartphone.
Vale notar que incidem taxas diferentes, cobradas pelas operadoras dos caixas eletrônicos e não pela Nubank, para saques feitos com cartão de crédito.
Futuro
Além de aumentar o número de funcionários e programar um aplicativo para o sistema móvel da Microsoft, a empresa tem outras novidades programadas para 2015.
Uma delas é a funcionalidade de débito automático para pagar as faturas, recurso bastante pedido pelos usuários da Nubank e geralmente visto com receio por clientes de bancos. “O fato de eles pedirem isso mostra que confiam na gente”, afirma Cristina.
A outra novidade da Nubank chega para suprir uma ausência já criticada por usuários: a criação de um aguardado programa de fidelidade, que costuma ser um grande atrativo para o uso do cartão de crédito. No entanto, a executiva não revelou detalhes sobre quando nem como será a plataforma.
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