O maior telescópio do mundo tem como objetivo encontrar vida extraterrestre, mas para isso ele terá de remover 9 mil humanos do local onde está sendo construído.
O telescópio fica na província de Guizou, na China, e está sendo levantado desde 2011 e deve ser concluído até setembro desse ano.
Cada residente forçado a se relocar receberá 12 mil yuan, o equivalente a US$ 1.800 de acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua News.
O valor é ínfimo ainda mais quando comparado com o valor total do telescópio: 1,2 bilhão de yuan ou US$ 181,5 milhões.
Batizado de FAST, o Aperture Spherical Radio Telescope conta com 500 metros de diâmetro e é o maior de seu tipo até então.
O telescópio que assumia esse título era o Arecibo Observatory, em Porto Rico, que foi concluído em 1963. Seu papel foi importante em descobrir o período de rotação de Mercúrio, o primeiro pulsar binário e por tirar a primeira imagem detalhada de um asteroide. O Arecibo conta com 300 metros de diâmetro, o que dá ao FAST quase o dobro de tamanho.
O telescópio chinês terá 4500 painéis, cada um deles com 11 metros de comprimento e programado para se mover para cima e para baixo, de forma que todo o telescópio possa ser remodelado.
“A sensibilidade do FAST e sua resolução permitirá uma compreensão de milhares de galaxias em diferentes contextos no universo”, disse Lister Staveley-Smith, astrônomo na University of Western Australia, em entrevista ao China Daily.
Em entrevista ao Xinhua News, Wu Xiangping, diretor geral da Sociedade de Astronomia Chinesa, disse que o nível de sensibilidade do Fast ajudaria cientistas a buscarem por vida inteligente fora da galáxia e explorar as origens do universo.
Quanto a localização que levou a necessidade de remanejamento das 9 mil pessoas, oficiais chineses dizem que o local, entre as espetaculares montanhas Karst, é a região ideal para detectar possíveis mensagens extraterrestres.
Como reportagem do The Guardian lembra, projetos de recolocação de moradores têm o seu histórico na China comunista. Milhões de cidadãos tiveram de se mudar nas últimas décadas para projetos de infraestrutura e usinas hidrelétricas como parte do projeto de “redução da pobreza”.
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