A Universidade Estadual de Campinas poderá ganhar um novo centro de pesquisa baseado no modelo open science, quando não há direitos de propriedade intelectual. A universidade seria então a terceira a receber o Structural Genomics Consortium (SGC), uma parceria público-privada que reúne além de cientistas, indústrias farmacêuticas e entidades sem fins lucrativos de apoio à pesquisa. A SGC tem duas sedes hoje, uma na Universidade de Toronto, Canadá e outra no Reino Unido, na Universidade de Oxford. A proposta do centro de criação dedicado à pesquisa foi apresentada a pesquisadores, estudantes, e agências de fomento brasileiras, durante evento realizado na Unicamp no final de abril.
Criado em 1999, pelo cientista Aled Edwards, o Structural Genomics Consortium tem como objetivo promover a pesquisa em áreas vistas como de alto risco. Caso da epigenética, área considerada difícil de obter financiamento pelos métodos tradicionais. No início do SGC, as pesquisas se dedicavam a investigar as diferenças genéticas entre os seres humanos, depois, o mesmo grupo passou a estudar a estrutura tridimensional de proteínas de relevância biomédica, que poderiam servir de alvos para novos medicamentos.
O modelo open science é um avanço para novas descobertas, uma vez que os resultados de outros pesquisadores são compartilhados, sem possíveis barreiras dadas por patentes. Todos os dados são, então, de acesso público. Desta forma, cada vez mais cientistas podem fazer experimentos e avançar o conhecimento sobre biologia básica. Para Edwards, a propriedade intelectual não é algo ruim, mas quando se declara uma zona livre de patentes o conhecimento flui.
Desde sua criação, os pesquisadores ligados ao consórcio SGC conseguiram identificar a estrutura de mais de 1.200 proteínas, com implicações para o desenvolvimento de terapias contra câncer, diabetes, obesidade e transtornos psiquiátricos. Estima-se que o custo das pesquisas necessárias para desvendar cada uma das proteínas seja de aproximadamente US$ 1 milhão.
Segundo Wen Hwa Lee, gerente de alianças estratégicas do consórcio, o Brasil se mostrou o país com condições ideais para uma nova parceria e avanço do modelo do SGC. Para Lee, trazer essa nova área de inovação para o país significa colocar pesquisadores brasileiros em contato com cerca de 300 grupos de pesquisa de várias partes do mundo.
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