A divisão de inteligência artificial do Google, DeepMind, planeja ensinar computadores a diagnosticarem doenças oculares usando dados de pacientes de um hospital do Reino Unido.
Usando técnicas de deep learning (aprendizado profundo), o DeepMind espera melhorar o diagnóstico de duas doenças: degeneração macular relacionada com a idade e Retinopatia diabética, ambas podem levar a perda da visão. O diagnóstico precoce é importante, pois aumenta as chances de salvar a visão de pacientes.
Uma forma como médicos buscam por sinais dessas doenças é examinando o interior do olho, uma área chamada de fundo de olho.
Eles conseguem fazer tal técnica diretamente, com um oftalmoscópio ou ao tirar uma verificação digital do fundo de olho. Outra técnica de diagnóstico é tirar um exame tridimensional não invasivo da retina usando um processo chamado Tomografia de Coerência Óptica (OCT, na sigla em inglês).
O DeepMind ajudará com o demorado processo de analisar os dados dos exames. Se o tempo de interpretação dos dados puderem ser acelerados com assistência de um computador, então os médicos poderão tratar mais pacientes.
Pesquisadores de Inteligência artificial estão correndo para aplicar técnicas de aprendizado de máquina, onde computadores consigam decidir por si mesmos quais partes de dados são significativas para diagnóstico médico, entre outras tarefas. O DeepMind abriu sua divisão de saúde em fevereiro e já está trabalhando em um aplicativo móvel para ajudar médicos e enfermeiras a diagnosticarem lesão renal aguda.
Enquanto isso, pesquisadores da IBM ensinaram o software de inteligência artificial, Watson, a ajudar médicos a diagnosticarem certos tipos de câncer.
O DeepMind irá processar cerca de um milhão de exames digitais de olho de fundo e exames OCT de pacientes do Moorfields Eye Hospital, entre outras informações anônimas de diagnósticos clínicos feitos por uma equipe médica, o tratamento para outras doenças de olho, o modelo do exame utilizado e as idades de cada paciente.
Quando pesquisadores usarem os dados anônimos e não tiverem como identificar pacientes, a autorização de pacientes não é necessária, informou o hospital.
O Google já conta com uma base sólida de informações, incluindo localizações por GPS, calendários online e dados de e-mail que poderia, potencialmente, correlacionar os dados para identificar pacientes.
Entretanto, o acordo do DeepMind com o hospital proíbe qualquer correlação com dados de pesquisa com outro banco de dados. Na verdade, o protocolo de pesquisa é tão restrito que pesquisadores são proibidos de relacionarem sucessivos exames de um mesmo paciente.
Porém, eles estão buscando permissão para fazê-lo, com o objetivo de estudar a evolução de doenças e os efeitos do tratamento ao longo do tempo.
A medida que a pesquisa segue o seu curso, todos os dados identificáveis dos pacientes serão removidos antes que o DeepMind receba os dados, informou o hospital.
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