Já imaginou como seria hoje vestir uma calça ou jaqueta só no botão ou no laço? A ideia de um dispositivo deslizante para fechar roupas foi apresentada pela primeira vez em 1893, nos Estados Unidos – o “zíper” era feito de pequenos ganchos e argolas. Mas o mecanismo que ainda usamos, com pequenos dentes metálicos que se engancham, surgiu em 1913 da cabeça do engenheiro elétrico sueco Gideon Sundback, que trabalhava nos EUA. A Marinha americana foi a primeira a fabricar casacos com o zíper na frente, em 1917. A partir dos anos 1930, a indústria da moda também começou a se beneficiar da invenção – quem levou o fecho para os salões da alta costura foi Elsa Schiaparelli. Um pouco mais adiante, o artefato, que ficava mais escondido, ganhou fama por meio do cinema com cenas em que Rita Hayworth pede a parceiros para ajudá-la a fechar seus vestidos de noite.
Outra peça centenária é a esteira rolante, usada também para transportar pessoas. Mas, no início do século passado, o equipamento foi introduzido por Henry Ford para acelerar a produção de automóveis – mais veículos eram fabricados ao mesmo tempo ao longo da esteira. O objetivo principal de Ford era reduzir ao máximo os custos e, assim, baratear o produto. Deu certo.
Ainda no final do século 19, uma imagem estranha chocou e fascinou o mundo da época. O que se via nela era a parte interna da mão da mulher do físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, que detectou, em 1895, os raios X – foram chamados assim porque ninguém, nem mesmo ele, sabia direito a natureza da radiação. O invento virou moda e todo mundo queria tirar um “retrato” do próprio esqueleto. Apesar de as primeiras descobertas dos raios X terem interessado mais à moda do que à medicina, os experimentos de Röntgen motivaram outros. Em 1913, por exemplo, o cirurgião americano Albert Salomon usou a radiografia convencional para o diagnóstico do câncer de mama, iniciando o princípio da mamografia.
Também de 1913 é a descoberta do aço inoxidável. Harry Brearley trabalhava em um laboratório para as companhias de aço da cidade de Sheffield, na Inglaterra, quando foi designado para estudar uma liga mais resistente ao desgaste para os canos de armas de fogo, que se esfarelavam com a explosão interna dos gases. Durante sua investigação, ele misturou metais em diversas doses até notar que certa liga não sofria corrosão por oxigênio e, portanto, não enferrujava. O objetivo dele não era criar um aço com essa característica, mas o pesquisador achou aquilo intrigante e mudou os rumos da sua experiência. Finalmente, chegou à combinação de aço com 12% de cromo, liga que enferrujava muito mais lentamente que o aço comum – que, por sua vez, nada mais é que um ferro purificado e mais resistente. Seu invento não servia para os fabricantes de armas, mas foi imediatamente destinado a outros fabricantes: os de talheres. Antes do invento de Brearley, garfos, facas e colheres eram feitos a partir de aço carbono, que se corroíam com facilidade devido aos ácidos presentes nos alimentos. Os aços inoxidáveis de hoje ainda têm outros metais em sua composição e são produzidos em várias composições de dureza e maleabilidade para os mais diversos usos.
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