OMS autoriza uso de tratamento experimental para ebola

Foto: European Commission DG ECHO
Foto: European Commission DG ECHO

A Organização Mundial da Saúde anunciou nesta terça-feira (12) que, após uma reunião convocada pela Comissão de Ética da entidade, concluiu-se que é ético usar medicamentos sem comprovações de eficácia e sem usos anteriores em seres humanos para pessoas contaminadas com o vírus ebola, como é o caso do ZMapp, soro utilizado em dois pacientes estadunidenses internados em Atlanta depois de contraírem o vírus na África Ocidental.

Apesar da conclusão, a OMS alertou para que todos os tipos de tratamento utilizados deverão atender critérios de transparência, com consentimento informado aos pacientes e que “há uma obrigação moral para recolher e compartilhar os dados gerados, incluindo tratamentos não aprovados em ensaios clínicos”. Doze membros da instituição participaram da orientação, entre médicos, professores de medicina e representantes da indústria farmacêutica, sendo dois estadunidenses, dois britânicos, um canadense, um australiano, um saudita, um japonês, um chileno, um suíço, um senegalês e um ugandês. O documento está disponível aqui.

O vírus ebola já matou 1.013 pessoas e contaminou outras 1.848 desde o início do ano. Quase todas na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, mas também há casos confirmados na Nigéria, na Arábia Saudita e na Ruanda.

Nesta terça-feira também, o governo da Libéria informou que a Casa Branca e a agência oficial que regulamenta alimentos e medicamentos nos Estados Unidos (FDA) aprovaram pedido para enviar amostras de um soro experimental para tratar os médicos infectados. O medicamento deve chegar ao país em 48 horas, segundo a nota. O governo liberiano disse ainda que mais soro experimental contra o ebola será mandado pela Organização Mundial de Saúde ainda esta semana.

Padre espanhol

O padre espanhol Miguel Pajares, de 75 anos, missionário da Ordem Hospitaleira de San Juan de Díos que trabalhava na Monróvia, capital da Libéria, morreu nesta madrugada (manhã em Madrid) uma semana depois de sua chegada à Espanha para tratar da doença. Segundo o jornal espanhol El País, o corpo do religioso será incinerado e selado, segundo normas da Polícia Sanitária Mortuária de Madrid. Além disso, suas roupas serão queimadas e as áreas onde ele esteve serão desinfetadas. No Hospital Carlos III, em Madrid, onde o padre estava internado, segue proibiada a entrada de pessoas para consultas comuns e atendimentos ao pronto-socorro.

Pajares, assim como o médico Kent Brantly e a assistente Nancy Writebol, ambos estadunidenses, estava sendo tratado com o soro ZMapp, importado de Genebra e que precisou de uma autorização especial da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS).


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