Muito mal recebido pelo Uber, o novo decreto da Prefeitura de SP que cria o chamado “táxi preto” foi extremamente bem aceito por um dos principais rivais do Uber no país, o aplicativo 99Taxis.
Em entrevista ao IDG Now!, o diretor de operações da empresa, Pedro Somma, definiu a novidade como uma evolução. “A gente entende que a regulamentação foi muito positiva. Foi uma evolução para o sistema de táxis e para a cidade.”
Um dos principais aplicativos de táxi no Brasil, o 99Taxis diz enfrentar dificuldades para atender à demanda dos usuários pelos chamados táxis de luxo, que agora foram contemplados pelo novo decreto do prefeito Fernando Haddad.
“A gente tem falado há bastante tempo, publicamente e para a própria Prefeitura, que a cidade precisa de uma quantidade maior de veículos na categoria premium. Até então, só existiam 157 táxis de luxo circulando na cidade. Com essa nova categoria, isso vai melhorar muito, já que teremos inicialmente 5 mil táxis desse tipo regulamentados”, afirma Somma, que nota que o 99Taxis conta com 100 táxis de luxo cadastrados no seu aplicativo, incluindo até mesmo veículos blindados.
Questionado sobre o que o 99Taxis prepara por conta da chegada dos chamados “táxis pretos”, o executivo disse que a ideia é criar uma seção especial para esses veículos de luxo em vez de um novo aplicativo especial para esse segmento.
Além disso, o preço menor da nova categoria deve agradar aos usuários. Atualmente os táxis de luxo costumam custar até 50% a mais do que uma corrida padrão. Com o novo decreto, os chamados “táxis pretos” poderão ter um preço até 25% maior do que o cobrado por um táxi padrão.
Táxi preto
Claramente inspirado no serviço de luxo da empresa, o Uber BLACK, a nova categoria de “táxi preto” anunciada pelo prefeito Fernando Haddad precisa seguir algumas diretrizes, incluindo o fato de só poder ser chamada por meio de aplicativo. Pela nova regulamentação, o carro dessa nova modalidade de táxi precisa ser preto, com quatro portas e até cinco anos de uso – ou seja, igual aos carros do Uber BLACK.
As tarifas do chamado “táxi preto” terão um valor máximo, e o motorista ou a empresa usarão o valor que quiserem desde que não ultrapassem o teto permitido, até 25% maior do que o preço de um táxi normal. O novo modelo não terá taxímetro e a cobrança será realizada sempre pelo aplicativo no celular do passageiro.
Cinco mil licenças
Vale notar que todas as cinco mil novas licenças para os “táxis pretos” serão sorteadas pela Caixa Econômica Federal. Para concorrer, o motorista precisa ter o chamado Condutax, cadastro junto à Prefeitura que o permite atuar como taxista.
O valor dessa licença não foi revelado pela Prefeitura, mas a Folha de S.Paulo divulgou nesta quinta-feira, 8/10, que o preço poderá chegar a até 60 mil reais – o valor seria parcelado em vários anos.
Terão prioridade neste sorteio dos novos alvarás os profissionais que trabalham como “segundo motorista” – ou seja, em táxis cuja licença pertence à outra pessoa. De acordo com a Prefeitura, existe atualmente uma fila de cerca de 50 mil pessoas à espera de um alvará na capital paulista.
Por fim, a prefeitura também definiu que os aplicativos de táxi serão cadastrados e terão de pagar impostos definidos pela legislação municipal, incluindo o ISS (Imposto sobre Serviços). Ao IDG Now!, o 99Taxis disse que já paga o ISS.
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