A falta de mão de obra qualificada não é um assunto novo em TI. O mercado de tecnologia da informação está cada vez mais aquecido no Brasil, considerado pela ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) o sétimo país que mais cresceu globalmente quando se trata de tecnologia – uma média de 15,4% em 2013. No entanto, o país ainda deixa uma lacuna no recrutamento de profissionais qualificados, inclusive para atuar com tecnologias e linguagens específicas, comoPlataforma Java, Groovy, Grails, e PL-SQL, que oferecem boas oportunidades e salários atrativos.
Só para os especialistas em Java, por exemplo, a média salarial pode variar entre R$ 2 mil (Júnior) a R$ 7 mil (Sênior) no regime de contratação CLT. A linguagem de programação permite ao profissional atuar com interface gráfica WEB, banco de dados, integrações por serviço (WebServices) e regras de negócio, podendo ser embarcada em diversos dispositivos ou executada em um servidor – a plataforma envolve várias linguagens e ferramentas, e de forma dinâmica, quem transita nesse universo pode prosperar na carreira. É por isso que a linguagem atrai jovens profissionais e ‘agrada’ diferentes perfis de empresas. Mas mesmo assim, os recrutadores ainda têm dificuldade para encontrar talentos que dominam a tecnologia.
Algumas das razões que prejudicam as contratações são: impaciência, medo e falta de conhecimento técnico. Além disso, a necessidade constante de mudança, a busca por ambientes flexíveis e salários maiores – características dos jovens da geração Y – também têm mexido com a cultura de muitas organizações, que buscam se adaptar para reter esse novo perfil, que no anseio de crescer rapidamente na carreira não hesita em trocar de emprego.
Para reter os jovens, muitas empresas investem em programas de flexibilidade de horário, feedback profissional, treinamento, e mesmo assim a rotatividade se mantém expressiva. Em contrapartida, o profissional entre 33 e 40 anos, com perfil sênior/gerencial, domina tecnologias, gestão de negócios, e teme trocar de emprego. Para ele, a troca não está associada apenas ao salário maior, mas à cultura organizacional e à preocupação com o bem estar. Profissionais nesse perfil prezam pelo bom ambiente de trabalho, qualidade de vida e a boa gestão da sua futura área, e a maturidade também se torna um diferencial no mercado.
Certificação ou experiência?
A falta de conhecimento especializado em Java, fator comum entre os mais jovens, também está associada ao fato de que boa parte das faculdades de tecnologia foca mais no ensino teórico do que no prático, formando profissionais despreparados para o dia a dia do mercado. Por isso, os que pretendem atuar nessa área não podem pensar duas vezes na hora de procurar cursos especializados fora da faculdade.
Entendendo esse problema na formação e no perfil dos profissionais, muitas empresas começaram a escolher jovens talentos não pela quantidade de certificações, mas pela qualidade das suas experiências e amor pela carreira. Algumas preferem contratar profissionais que se mostram curiosos e dedicados pela sua área, pela maior chance de retenção, do que os que possuem muitas certificações e não têm um foco específico. Para elas, a chance do que tem melhores experiências e menos certificados aproveitar o aprendizado e fazer carreira na empresa é maior.
Portanto, para atuar em Java, o profissional de TI precisa não apenas dominar a linguagem, mas decidir em que área quer atuar dentro da tecnologia e se especializar nela, seja com um curso técnico ou pós-graduação. Isso pode ajudar no desenvolvimento profissional ao reforçar e facilitar o aprendizado do processo de ponta a ponta, e se torna um bom diferencial, já que a maioria dos jovens hoje possui apenas conhecimentos superficiais, já que ficam menos de um ano em cada empresa.
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