Em 21 de março de 2006, o desenvolvedor de software Jack Dorsey publicava o primeiro de todos tweets: “Just setting up my twttr”. Algo como “apenas criando o meu Twitter”. Dez anos depois, cabe a ele a tarefa de promover a redefinição do serviço, explorando ao menos três traços característicos do DNA da plataforma: ser aberta, em tempo real e broadcast, com foco na melhor experiência para o usuário. E o Brasil surge como protagonista nesse processo.
A receita do microblog cresceu 139% no país no terceiro trimestre de 2015 (Q3 2015), em relação ao terceiro trimestre do ano anterior (Q3 2014). E a expectativa para 2016 é a de que esse crescimento se mantenha em três dígitos. Além disso, produtos relevantes, como Moments, foram criados contando com a expertise da equipe brasileira. Parcerias locais também têm contribuído para aperfeiçoamento das APIs e do Fabric. No Brasil, o Twitter se firmou como ponte entre a mídia tradicional e a digital, entre o on e o off. É a plataforma preferencial de segunda tela, onde o anunciante da TV pode fazer a conversa continuar, aumentar o engajamento do seu público. E os smartphones respondem por mais de 50% do uso da plataforma já há algum tempo.
Dias atrás tive a oportunidade de conversar com Phillip Klien, diretor de estratégias de expansão do Twitter Brasil. Apesar do nome, um carioca da gema, há 7 meses na empresa. Dele ouvi as cinco prioridades definidas por Dorsey para manter o Twitter atraente para usuários finais e anunciantes:
1 – Refinamento do serviço principal: Aqui estão inseridas muitas das mudanças que a plataforma vem sofrendo nos últimos meses, como a opção de ter uma linha do tempo que mostre os tweets mais relevantes para seus usuários, em vez da tradicional visualização cronológica. Muitas delas, segundo Klien, visam tornar o uso do Twitter mais fácil para os novos usuários, sem que isso posso impactar o uso dos veteranos.
2 – Streaming de vídeo ao vivo: Investir fortemente na expansão de suas capacidades de vídeo ao vivo, aproveitando alguns de seus produtos existentes, como o Periscope.
3 – Criadores e influenciadores: Concentrar-se em seus usuários mais criativos e influentes, como músicos e jornalistas, e ajudá-los a expandir seu alcance através de recursos como o Periscope, o Vine e o Moments. “A plataforma já não é só texto. Vamos focar em ajudá-los a usar mais recursos gráficos”, afirma Klien.
4 – Segurança: Incentivar a liberdade de expressão e prevenir o assédio e o mau uso através da implementação de tecnologias capazes de detectar com precisão cada vez maior o uso de linguagem abusiva. O objetivo é fazer com que muitos de seus 320 milhões de usuários mensais deixem de encarar o Twitter como uma terra desconcertante de trolls, narcisistas e auto-promotores.
5 – Desenvolvedores: Tornar as APIs do Twitter mais fáceis e rápidas de usar.
O último ponto me chamou especial atenção. Especialmente porque o Twitter vê no desenvolvimento de bons APPs baseados na sua API uma forma de crescimento da base de usuários.
“Acreditamos que a métrica usada pelo mercado para medir a audiência do Twitter é errada. Muita gente entra em contato com o Twitter através da interface web (Twitter.com), mesmo não sendo um usuário cadastrado. E cada vez mais, também, através da exposição de Tweets em aplicativos de terceiros”, explica Klien.
Nas palavras do próprio CEO, Jack Dorsey, “esses sites e aplicativos são amplificadores incrivelmente importantes que mostram o grande alcance e importância de tweets”.
Se os desenvolvedores voltaram a ser importantes, o Fabric tem sido fundamental para o Twitter. Para se ter uma ideia, desde o seu lançamento no Twitter Flock São Paulo (06/2015), o Fabric já está presente em 66% das maiores empresas que desenvolvem apps no Brasil e em 67% dos maiores aplicativos do Brasil (com mais de 50 mil downloads em um mês).
Segundo a assessoria do Twitter, o Brasil é o país com o maior número de aplicativos com Fabric na América Latina, onde metade dos maiores apps faz uso de seus módulos. Existem aplicativos de vários setores diferentes, tais como telecomunicações, bancos, jogos, serviços e portais. Entre as empresas usuárias estão: Globo, R7, Record, Minha Vida, Vivo, TIM, Easy Taxi, Climatempo e Movile (principal aplicativo provedor para as empresas no Brasil). Entre os aplicativos, TIM Torcedor, Globo Play, Easy Taxi, Climatempo, Vivo + Apps, Playkids e Apontador.
De acordo com o Twitter, o Fabric agora está instalado em mais de 1,6 bilhão de dispositivos – em iOS e Android e é usado por mais de 100 mil desenvolvedores.
Dados de Brasil
Confira alguns números do Twitter no país.
· Usuários no Brasil: 40,7 milhões estão expostos ao Twitter no contexto da publicidade, considerando todo o ecossistema (Twitter Audience Platform). Mais de 80% dos usuários de celular no Brasil estão expostos ao Twitter, de alguma forma, considerando o uso de apps de terceiros.
. Equipe: Em dezembro de 2014 eram 53 pessoas e hoje são mais de 100, somando São Paulo e Rio de Janeiro. Na América Latina são155 no total.
. Publicidade: O crescimento do número de marcas/anunciantes do Twitter Brasil foi de 45% no terceiro trimestre de 2015 (Q3 2015) em relação ao terceiro trimestre do ano anterior (Q3 2014).
Algumas das principais mudanças no Twitter nos últimos meses
· Integração Periscope
· Integração Periscope e GoPro
· Aumento do limite de caracteres nas DM
· Busca por GIFs
· Uso de filtros na timeline
· Mudança na homepage (Twitter.com)
· Tweets incorporados
· Links no Moments
· Novo layout do Moments
· First View do Twitter
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