Aconteceu. Um dos voluntários do Projeto Walk Again, Juliano Pinto, 29 anos, deu o chute inicial na abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, nesta quinta-feira (12). O projeto, resultado de 30 anos de pesquisa, incluindo a pesquisa básica e a clínica, reuniu um esforço internacional de uma equipe de 156 pesquisadores liderado pelo brasileiro Miguel Nicolelis. Juliano utilizou o exoesqueleto, uma veste robótica que utiliza a interface cérebro-máquina para movimentá-lo.
Porém, a transmissão oficial do evento só destinou tres segundos para o chute. Segundo o Comitê Organizador da Copa do Mundo, o pontapé inicial aconteceu fora do campo de jogo para não prejudicar o gramado por causa do peso do equipamento.
Na transmissão feita pela Rede Globo, a tela foi divida em duas para dar destaque a chegada da seleção brasileira. No canto direito da tela da Rede Globo, Juliano dava o pontapé. Nenhum comentário foi feito no momento. Minutos antes do início do jogo, a Globo recuperou a imagem e a retransmitiu.
No Facebook e Twitter de Miguel Nicolelis, pessoas reagiram negativamente ao pouco destaque e também mostraram apoio ao cientista.
Na página de Nicolelis, novos vídeos do projeto foram divulgados após o chute inicial. O voluntário Juliano Pinto, emocionado, disse estar impressionado e que só tinha a agradecer ao projeto.
Recentemente, Francis Collins, ex-diretor do “Projeto Genoma” e atual diretor do National Health Institute, em visita ao Brasil e ao laboratório de Nicolelis se disse encantando com os resultados, que podem dar ao brasileiro o Prêmio Nobel de Ciência.
Batizado de BRA-Santos Dumont I, uma das grandes inovações do projeto Andar de novo é o princípio interface cérebro-máquina, que permite ao usuário do exoesqueleto que ele o controle com o pensamento. A pesquisa foi capa da Brasileiros de abril. Ainda na edição, Nicolelis descreve a emoção de ter visto os primeiros passos do exoesqueleto em artigo exclusivo.
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